24 outubro 2024

RIP Marco Paulo

E hoje partiu mais uma grande estrela!

João Simão da Silva, o verdadeiro nome de Marco Paulo, partiu hoje de manhã, depois de perder uma longa luta contra cancros. Ele já tinha derrotado pelo menos 3 cancros, mas desta vez, o cancro não deu hipótese.

É uma perda grande para todos nós, que crescemos a escutar as músicas deste artista, cuja vontade de viver, de luta contra os cancros, nos mostra a força e a resiliência de um ser humano. Foram 30 anos a lutar contra cancros.

Obrigado pelo teu excelente contributo! 


João Simão da Silva [Marco Paulo]
21/01/1945 ~ 24/10/2024



01 outubro 2024

Para Além do Arco-Íris ~ Capítulo 19

Nota do Autor - Há 1 ano atrás, comecei a publicação desta novela. Para celebrar esse evento, este capítulo marca o início da 2ª e última Temporada desta novela. Foi uma novela desafiante de escrever, diferente de outras que escrevi no passado, mas acho que ficou uma obra muito interessante! Como puderam ver no trailer, ainda vos esperam algumas surpresas e novas personagens entrarão para enriquecer a trama! Para quem não acompanhou a novela até agora, podem começar a ler aqui:

https://errodefabrico.blogspot.com/2023/10/para-alem-do-arco-iris-prologo.html





Para Além do Arco-Íris
Pode ser
Que alguém
Veja em meus olhos
O que eu não posso ver

Para Além do Arco-Íris
Só eu sei
Que o amor
Poderá me dar tudo que eu sonhei

Um dia a estrela vai brilhar
E o sonho vai virar realidade
E leve o tempo que levar
Eu sei que eu encontrarei a felicidade

Para Além do Arco-Íris
Um lugar
Que eu guardo em segredo
E só eu sei chegar

Um dia a estrela vai brilhar
E o sonho vai virar realidade
E leve o tempo que levar
Eu sei que eu encontrarei a felicidade

A luz do Arco-Íris
Me fez ver
Que o amor
Dos meus sonhos
Tinha que ser você...



Capítulo 19




Pouco tempo depois, Nicolás e Leo estavam de volta à aldeia. Nicolás abriu a porta e fez questão que Leo entrasse primeiro, para ter o prazer de descobrir a sua casa. Ao entrar na casa de Nicolás, Leo descobriu uma sala acolhedora, decorada com móveis vintage e tapetes artesanais. As paredes exibiam pinturas locais e fotografias antigas, contando a história da aldeia e das suas gentes. Uma lareira de pedra ocupava o centro da sala, proporcionando calor e conforto nos dias mais frios.

A cozinha, situada ao lado da sala de estar, era iluminada pelo brilho suave da luz natural que entrava pelas pequenas janelas. Estantes de madeira exibiam uma colecção de utensílios de cozinha, e o aroma convidativo de especiarias flutuava pelo ar.

- Hummmm! Cheira bem! - comentou Leo, aproximando-se dos tachos que estavam no fogão.


Leo

- Posso preparar algo típico rapidamente, se quiseres… - sugeriu Nicolás, mordiscando os lábios voluptuosos. 


Nicolás

- Adoraria! - respondeu Leo.

A química entre os dois era cada vez mais evidente. O desejo no olhar de ambos também. Nicolás sorriu e declarou: 

- Vai tomar um banho, então. Deves estar cansado, andaste o dia todo.  Tens toalhas no meu quarto, no andar de cima. Eu vivo sozinho, por isso, estás à vontade... Enquanto tomas banho, eu preparo um jantar típico para nós.

Leo não se fez rogado. Estava de facto suado e com algum calor. Tomar um banho parecia-lhe uma ideia maravilhosa e a companhia parecia ser bem agradável. A noite prometia. 

Subiu as escadas. No andar superior, o quarto de Nicolás era um retiro acolhedor. As paredes de pedra exposta conferiam um toque rústico, contrastando com a suavidade da roupa de cama e das almofadas. Uma pequena secretária situava-se junto à janela, proporcionando a Nicolás um local tranquilo para escrever e contemplar a beleza da aldeia. Leo tirou uma toalha para banhar-se. Despiu-se, sem pudores, ao perceber que Nicolás não tinha vizinhos próximos, pelo que estariam “à vontade”. Completamente livre, Leo dirigiu-se à casa de banho, a assobiar com a toalha por cima do ombro direito.

A casa de banho, embora pequena, era funcional e decorada com detalhes artesanais. O lavatório era uma peça de cerâmica local, pintada à mão, e um espelho antigo pendurado na parede acrescentava um toque vintage. Um chuveiro de estilo clássico ocupava um canto e proporcionava duches relaxantes após um dia agitado. 

A água corria quente, e o som reconfortante do chuveiro enchia a casa de banho. Leo, enquanto apreciava os momentos tranquilos sob a água, reflectia sobre as reviravoltas da vida e o que estava a surgir em El Callao.

Alguns minutos depois, saiu do banho com todo o seu esplendor. Como continuava calor, quase não precisou da toalha para secar-se. Espreitou por uma janela e descobriu que Nicolás tinha um pequeno pátio nas traseiras da casa, onde cultivava algumas plantas e flores. Era o seu refúgio tranquilo, onde passava momentos de paz e introspecção.

O ambiente simples e autêntico da casa de Nicolás reflectia o seu gosto pela tradição e aconchego. Viver no coração de El Callao permitia-lhe sentir a pulsação da aldeia e estar próximo das suas gentes, tornando a sua casa não apenas um refúgio, mas parte integrante da história viva de El Callao.

Ao descer as escadas, Leo percebeu que a casa estava mergulhada num silêncio acolhedor, apenas quebrado pelo crepitar da lareira na sala de estar. Nicolás, com um sorriso sugestivo, estava na cozinha a preparar o jantar. O aroma de especiarias misturadas com o calor do ambiente, criavam uma atmosfera íntima e convidativa. Leo, ao aproximar-se, pôde sentir a proximidade física entre eles, uma electricidade palpável que carregava o ar.

- Espero que gostes do jantar. E da sobremesa. - gracejou Nicolás, com um olhar travesso.



Leo retribuiu o sorriso, sentindo a tensão crescente entre eles. Jantaram no meio risos, gargalhadas e olhares que se prolongavam mais do que o necessário. Cada troca de palavras, cada toque casual, alimentava o fogo que queimava entre eles.

Após o jantar, Nicolás sugeriu que subissem ao pequeno pátio nos fundos da casa. A Lua Cheia iluminava o local, transformando-o num refúgio romântico sob as estrelas. Sentados lado a lado numa pequena área de estar, compartilharam histórias enquanto as mãos de Leo e Nicolás buscavam discretamente o contacto.

O toque suave evoluiu para algo mais intenso quando Nicolás, corajoso, inclinou-se para capturar os lábios de Leo num beijo apaixonado. O calor do momento envolvia-os, transformando o pátio tranquilo num cenário de paixão subtil. As mãos deles exploravam curvas, enquanto a noite se desenrolava num jogo sensual de desejo.

Sob a luz suave da Lua Cheia, os toques entre Nicolás e Leo tornaram-se mais ousados, sem pressa. Leo sentiu o calor do corpo de Nicolás ao seu lado, e, ao mesmo tempo, o coração acelerava, como se todo o ambiente ao redor vibrasse com a electricidade dos seus sentimentos. As mãos de Nicolás deslizavam lentamente pela nuca de Leo, o toque leve como uma brisa quente, provocando arrepios que percorriam cada centímetro da sua pele.

Os lábios de Nicolás encontraram novamente os de Leo, desta vez com uma intensidade que falava mais do que palavras. Era um beijo profundo, de descoberta e entrega, em que o tempo parecia parar, absorvendo ambos numa realidade paralela, onde apenas existia o desejo entre eles. As respirações tornaram-se entrecortadas, mesclando-se com o ritmo das mãos que exploravam os corpos.

Nicolás, sentindo a pele morna de Leo sob os seus dedos, puxou-o para mais perto, fazendo com que os seus corpos se alinhassem perfeitamente, como se tivessem sido feitos um para o outro. As mãos de Leo desceram pelo peito firme de Nicolás, sentindo cada músculo que tremia sob o toque, enquanto a tensão entre os dois se intensificava, quase palpável no ar nocturno.

Com movimentos suaves, Nicolás conduziu Leo para o interior da casa novamente, o calor da lareira agora contrastando com o frio da noite lá fora. O ambiente acolhedor da sala, iluminado apenas pelo brilho das chamas, parecia o cenário perfeito para o que estava por vir. Nicolás, ainda com os olhos fixos nos de Leo, desabotoou a camisa lentamente, revelando a pele morena e o corpo definido. Os olhos de Leo não conseguiam desviar-se, atraídos pelo desejo que crescia dentro de si.

Nicolás, percebendo o olhar intenso de Leo, aproximou-se novamente, com os corpos de ambos a colidir numa explosão de sensações. As mãos de Leo exploravam cada centímetro de Nicolás, como se quisesse memorizar cada detalhe daquele momento. O calor entre os dois aumentava a cada toque, a cada suspiro.

Ao deitarem-se no tapete macio da sala, o ritmo dos seus corpos movia-se em perfeita harmonia, uma dança de prazer e conexão. O Mundo Exterior desaparecia, deixando-os apenas com as emoções que transbordavam, os corações a bater em uníssono, como se o Destino tivesse os levado até aquele instante.




Algures nas Sombras, uma figura feminina assistia a tudo, fascinada. O seu olhar permanecia fixo nos dois, absorvendo cada detalhe, como se estivesse à espera do momento certo para revelar-se.


[Continua...]

Saltei de Pára-Quedas!

Um vídeo do meu salto de Pára-Quedas, em Évora!  

Outubro



De amor nada mais resta que um Outubro
e quanto mais amada mais desisto:
quanto mais tu me despes mais me cubro
e quanto mais me escondo mais me avisto.

E sei que mais te enleio e te deslumbro
porque se mais me ofusco mais existo.
Por dentro me ilumino, sol oculto,
por fora te ajoelho, corpo místico.

Não me acordes. Estou morta na quermesse
dos teus beijos. Etérea, a minha espécie
nem teus zelos amantes a demovem.

Mas quanto mais em nuvem me desfaço
mais de terra e de fogo é o abraço
com que na carne queres reter-me jovem.


Poema "De Amor nada Mais Resta que um Outubro", da autoria de Natália Correia
[13/09/1923 ~ 16/03/1993]