18 janeiro 2023

Etecetera #3.1

 


Na semana passada, uma pessoa fez-me uma revelação que me deixou, no mínimo, surpreendido. Eu estava num dia menos bom e receber aquela novidade assim, de supetão, deixou-me sem reacção. O meu silêncio perante a revelação não foi bem visto pela outra parte, que partiu logo do princípio de que o meu silêncio subentendia um qualquer tipo de negatividade perante a informação que me tinha sido partilhada... Seguiu-se um comentário infeliz e acabou-se a amizade.

Fiquei a pensar se o problema era de facto meu. Fiquei a pensar se tinha sido algum tipo de demonstração, através do meu silêncio - que na verdade era um choque, perante a revelação que me foi feita, ainda por cima num dia que já estava a correr bastante mal - o grande culpado daquela situação. 

Na verdade, aquela revelação pouco ou nada mudaria a minha visão sobre a outra pessoa. Eu só precisava de um tempo para absorver a informação que me tinha sido partilhada. Mas não me foi dada sequer essa oportunidade. A outra pessoa simplesmente achou que, por eu não lhe demonstrar uma atitude “receptiva” e “positiva” perante a revelação, que eu já não era “digno” de ser seu amigo.    

Ninguém consegue gostar de ninguém por inteiro. Por mais que o neguemos, a verdade é que sempre existe alguma coisa que não gostamos nos outros. Em boa verdade, nem sequer conseguimos gostar de nós mesmos a 100%. Todos temos as nossas particularidades e sempre existe algum aspecto que uma “voz” na nossa cabeça vai apontar. E se tem dias em que simplesmente não ligamos para essa “voz”, tem outros dias em que sim, ela vai afectar-nos.

Gostar de alguém, começa por gostarmos de nós mesmos. Nós começamos a gostar de nós mesmos quando nos aceitamos. Quando reconhecemos os nossos defeitos e fragilidades, bem como as nossas qualidades e os nossos pontos fortes. Só conseguimos gostar e acreditar nos outros, se gostarmos de nós mesmos. E, ainda assim, nunca gostaremos de ninguém, nem mesmo de nós próprios, por inteiro! 

É preciso muita coragem para gostarmos de nós. Somos seres tão únicos, complexos e profundos… Por vezes, até temos medo de nós mesmos. Das nossas reacções, dos nossos pensamentos mais nefastos e sombrios, das nossas atitudes e comportamentos. 

Muitos de nós nunca se olharam verdadeiramente ao espelho, porque têm medo do que o reflexo lhes vai mostrar. Mas é precisamente nesse gesto tão banal que começa essa jornada rumo ao maior e mais importante de todos os compromissos - aquele com nós mesmos, à medida que geramos, criamos e desenvolvemos o nosso amor-próprio. Quanto mais nos conhecermos a nós mesmos, melhores pessoas nos poderemos tornar. E, por consequência, mais gostaremos das pessoas ao nosso redor.

04 janeiro 2023

Euphoria [1ª & 2ª Temporada]

Acabei ontem de ver a 2ª Temporada de Euphoria, uma série da HBO Max.



Bom, eu pensei que já tinha escrito aqui no blog sobre a 1ª Temporada, mas afinal ainda não o tinha feito. Assim sendo, fica o registo sobre as duas temporadas num post só.

A Minha Opinião:


Euphoria retrata a vida doentia de um grupo de personagens - que, advinhem lá - pertencem a um qualquer bairro norte-americano, para não variar. Temos os bons, os maus, os assim-assim, os meninos todos bons, as miúdas giras, aqueles que estão a cagar para tudo e todos, os emos, as gajas com a mania, e por aí adiante... 

Sim... 

É mais uma série de adultos a fazerem de conta que ainda são adolescentes, como os Morangos com Açúcar, só que com muitas pilas [com muito pena minha, "cut"] à mostra, mas pelo menos vemos muitas pilas. :P 


A trama em si desenvolve-se muito na visão de Rue, interpretada por Zendaya, uma cantora na vida real. Rue perde o pai e a partir daí, perde o rumo da vida, entrando no mundo das drogas. Ao longo das 2 temporadas - que é o que existe até agora - Rue vai ao Inferno, literalmente, por conta das drogas.  


A história prometia. A 1ª Temporada é muito boa, mas perde bastante impacto na 2ª Temporada, com muitas histórias a ficarem inconcluídas, muitas personagens que simplesmente somem do roteiro e por aí adiante. Gostei da primeira temporada. A segunda deixou-me com sono e até passei pelas brasas ao longo dos episódios. Ver mais da Rue, cada episódio com 1 hora de duração, sempre drogada ou quase e a não sair daquela espiral de destruição? Para quê?

Confesso que não gostei da segunda temporada quase na totalidade. Os pontos altos foram um musical no penúltimo episódio - desempenho brilhante, o momento dos jovens no chuveiro - e um outro momento que retrata o passado de Cal, o pai do antagonista. Essa cena também é muito linda.

Por outro lado, a série retrata bem o drama das drogas, embora Zendaya não seja fenomenal. Parece estar sempre cansada e algumas cenas são um bocado irrealistas, como a cena da fuga da polícia, quando estava de diarreia. Impossível aguentar sem se borrar toda uma data de vezes!

Ainda assim, acho que a actriz desempenhou muito bem o seu papel e está de parabéns. Ainda tem muito para melhorar, mas já é um bom começo. Quanto à série no geral, é uma boa série para jovens na "coming out age". Para os mais velhos, apenas um reviver de memórias - às vezes, dos nossos tempos de adolescentes. Mas sem as modernices e facilidades que eles têm na série e na vida real. No nosso tempo era tudo bem mais difícil, mas também mais proveitoso. 

Aconselho a ver sem compromisso. Eu só vi tudo, para poder falar a respeito. :P

Nota Final João: 6,7/10

01 janeiro 2023

Janeiro

 

Keen blows the bitter spirit of the North,
And, like a warrior foil'd, with powerless beam
The sun eyes wistfully the frost-bound stream,
As if he long'd, though vainly, to call forth
His by-gone strength, that he might deck the earth
In all her summer beauty, and set free
River and brooklet, till, towards the sea
Onward they bounded with melodious mirth.
But many a storm, ere that may be, shall blow,
And many a cloud frown darkling o'er the sky;
And be it so, if but affection's glow
Play round the lips, and brighten in the eye,
When round the hearth long-sever'd friends do meet,
(So ancient usage claims,) the opening to greet.


Poema "January" da autoria de Rebecca Hey 
[21/04/1797 ~ 28/01/1867]

Feliz Ano Novo!



Desejo a todos os amigos, leitores, pessoas que por aqui passam, um Feliz Ano 2023!
Que este novo ano vos traga a concretização de todos os vossos sonhos bons!
Que recebam em dobro tudo o que me desejarem!
Abreijos :3