29 novembro 2023

Fim de Ciclo

Chegamos àquele dia do ano em que me sento em frente do computador para escrever umas linhas e fazer uma retrospectiva sobre o meu ano pessoal. Estamos a algumas horas da minha entrada num novo ano de vida, então, é a altura certa para o fazer.

Este ano que passou, honestamente, terá sido o ano mais rápido e o mais vívido que tive até hoje. foi um ano bastante intenso, que começou comigo a ir embora para o Brasil, com o homem que eu amo. E, se a primeira semana foi para esquecer - seja porque eu estava doente ainda quando saí daqui, seja porque a primeira impressão foi difícil - a verdade é que em pouco tempo já estava a sentir-me em casa. Onde estava, com praia a 20 minutos de casa, passei o Natal dentro de água, com um solzinho gostoso. E foi uma experiência maravilhosa. mas, como tudo o que é bom acaba depressa, cedo tive de voltar. 

A minha pseudo-família... eu já nem consigo designá-los de família, sinceramente... Estava a maltratar a minha avó. Deixei-a aos cuidados do meu "progenitor", com ela a andar, para ter de regressar porque ele estava a maltratá-la, recusando-se a cuidar dela e ela já estando a ficar acamada.

Eu cuidei dela por mais de 20 anos e achava que estava na altura de passar o testemunho a outra pessoa, porque também mereço cuidar da minha vida. Mas outras pessoas acharam que não. E assim, muito revoltado, tive de regressar, deixando tudo em suspenso.

Os primeiros tempos cá foram horríveis. Nem a minha casa, onde sempre vivi, já sentia como minha. Achei incrível como em tão pouco tempo, a minha identidade, a minha presença, a minha energia, simplesmente desapareceu. Afinal, eu tinha ido embora, então acho que isso é natural que tenha acontecido. Ainda hoje por vezes sinto dificuldade em me sentir em "casa", mas a verdade é que neste momento não tenho lugar a que chamar "casa", por assim dizer.

Bom, os primeiros tempos foram muito complicados. Além da ruptura total com progenitores e restante família que se recusou a ajudar de todas as formas e feitios - eu quase tive um burnout com tudo o que tive de lidar naqueles tempos - lidar com uma pessoa idosa, frágil, completamente carente e num processo como o dela, foi o mais desafiante. tive de encontrar forças sabe Deus onde. Acho que um dos segredos foi mesmo esse. Não ceder ao vitimismo. Não permiti que a minha avó fosse uma coitadinha. 

Fiz de tudo para que ela recuperasse, mesmo que houvesse dias em que só a presença dela me colocasse doido... Foram dias e semanas mesmo muito difíceis e só quem passou por isto me poderá entender e não me julgar.

Com a depressão e sem saídas em que me encontrava, triste e desanimado por estar longe de quem eu queria estar, acabei por sucumbir ao desânimo. Havia dias que ficava sem forças para mais nada para além de ser um piloto automático. Fazia as coisas que era preciso fazer. E pronto.

Do Brasil, ia recebendo força, apoio, coragem, ânimo. Nem sempre resultava, mas era alguma coisa. Não esqueço de nenhum desses momentos. Sempre presente para me encher de fé e luz quando eu estava mais enfraquecido e na escuridão. 

E foi assim que retomei a escrita do blogue, em particular da novela que tinha começado a escrever em 2018 e tinha ficado com um bloqueio criativo no Capítulo 36, "Escrito nas Entrelinhas: Parte 3".

A trilogia Escrito nas Entrelinhas é, até agora, a minha obra-prima. Nunca escrevi uma obra que me desse tanto prazer a escrever como esta novela. Criar todo um universo que inicialmente se desenrolaria e terminaria subitamente ao fim da primeira história, com a morte do Jules, o protagonista, deixando os leitores com dúvidas e curiosos sobre o que teria de facto acontecido ao Jules para aquilo ter acontecido. Mas, as narrativas ganham vida e foi uma benção ver até onde a história chegou. Nem eu poderia imaginar ao princípio - só concebi a ideia dos irmãos no final da primeira história - e mesmo assim, quase até ao fim da novela, estive dividido entre o terceiro irmão estar vivo ou ter sido morto  no final da primeira novela e quem ser o verdadeiro vilão ser de facto Jules - mas isso seria um plot twist demasiado macabro e talvez pouco convincente [ou não]!

O que é certo é que escrever o que faltava da 3ª Parte da novela foi crucial para eu me curar da minha depressão. Aos anos que Matoskah, Takoda, Baya Ainila, Mikel, Shade, Jules, Lothus e tantos outros povoavam a minha imaginação e os meus sonhos. Conversava muito com eles, deambulava e tinha devaneios a imaginar momentos das histórias. Foi bom, apesar de ter custado dizer-lhes adeus, mas foi bom, pois ficou a sensação de dever cumprido. E, a bem dizer, um dia destes sairá a sequela...

Orgulha-me de ter terminado a novela este ano, ano em que completo 10 anos de escritos de histórias. E, por falar nisso, esqueci-me de dizer-vos que fui entrevistado para outra revista norte-americana, umas semanas atrás. Fica aqui o link:   
 



O ano foi avançando, uma vez que o tempo não pára. É implacável. A minha avó recuperou, anda quase sem ajudas, voltou a ter problemas mais duas vezes mas pronto, com fé, lá superou.

Eu voltei a estudar na área de Saúde, depois fui fazer uma Especialização, mas entretanto arranjei trabalho numa Casa Abrigo para vítimas de Violência Doméstica e tem sido um trabalho muito gratificante. Desafiador, mas gratificante.  

Só posso estar grato. Aprendi a gostar de estar sozinho, aprendi a reconhecer pessoas tóxicas à distância, hoje em dia prefiro a solidão a estar com as outras pessoas. Ainda assim, existem sempre pessoas que gosto de estar e com quem quero estar.

Acima de tudo, procuro começar os meus dias por agradecer e terminar os meus dias a agradecer. E hoje, véspera do meu aniversário, só posso estar imensamente grato. 

Que o Novo Ano que está a chegar seja um Ano Novo cheio de Sonhos Bons, Bençãos, Saúde, Prosperidade, Amor, Alegria, Reunião, Reencontro, Sucesso e claro, Gratidão! 

Gratidão, Sempre!   

19 novembro 2023

R.I.P. Sara Tavares

Escrever posts dedicados a pessoas e personalidades que "passam de nível" é um pouco triste. Embora não conhecesse pessoalmente Sara Tavares, acompanhei com algum interesse o percurso da artista, desde o início, lá nos meados dos anos 90. Sara Tavares tinha 45 anos e sucumbiu hoje a um tumor que tinha na cabeça, há uma década. 

 

Esta noite vou ficar assim
Prisioneira desse olhar
De mel pousado em mim
Vou chamar a música
Pôr à prova a minha voz
Numa trova só pra nós

Esta noite vou beber licor
Como um filtro redentor
De amor, amor, amor
Vou chamar a música
Vou pegar na tua mão
Vou compor uma canção

Chamar a música
Música
Tê-la aqui tão perto
Como o vento no deserto
Acordado em mim
Chamar a música
Música
Musa dos meus temas
Nesta noite de açucenas
Abraçar-te apenas
É chamar a música

Esta noite não quero a TV
Nem a folha do jornal
Banal que ninguém lê
Vou chamar a música
Murmurar um madrigal
Inventar um ritual

Esta noite vou servir um chá
Feito de ervas e jasmim
E aromas que não há
Vou chamar a música
Encontrar à flor de mim
Um poema de cetim

Chamar a música
Música
Tê-la aqui tão perto
Como o vento no deserto
Acordado em mim
Chamar a música
Música
Musa dos meus temas
Nesta noite de açucenas
Abraçar-te apenas
É chamar a música



Sem mais delongas, o Céu ganhou mais uma estrela...


Sara Alexandra Lima Tavares 
[01/02/1978 ~ 19/11/2023]


09 novembro 2023

Erro Livre [ESTREIA]

Erro Livre é o nome da temática de vídeos do canal Erro de Fabrico no Youtube. No vídeo de estreia do canal, decidi falar, sem tabus, sobre o Novembro Azul. Note-se que no vídeo o termo câncer foi dito propositadamente, uma vez que é um termo conhecido tanto em Portugal como no Brasil, ao contrário do termo cancro, que só é conhecido em Portugal.

Espero que gostem! Se tiverem sugestões de temas e/ou gostassem de participar em futuros vídeos, enviem-me as vossas sugestões para o email: jaofadario@yahoo.com

Obrigado!



01 novembro 2023

Previsão Astrológica da Loja Véu Encantado ~ Novembro


Os primeiros dias de Novembro prometem uma atmosfera intensa. 

O Sol, Marte e Mercúrio alinham-se em Escorpião, opondo-se a Júpiter e Urano em Touro. Este período destaca o equilíbrio entre a prosperidade individual e a partilha de riquezas. A energia transformadora de Escorpião desafia conceitos de posse e dinheiro, podendo desencadear disputas pela distribuição financeira.

A 3 de novembro, a oposição entre o Sol e Júpiter atinge seu auge. No dia 4, Saturno encerra seu período retrógrado, enquanto Mercúrio se opõe a Urano. Antecipa-se uma profusão de eventos e notícias que capturarão a atenção. Embora a discordância esteja no ar, a habilidade de resolver complexidades surge com cuidado, determinação e perseverança.

A oposição entre Vénus em Virgem e Neptuno em Peixes a 3 de novembro pode evocar sentimentos de fragilidade e sensibilidade. Vênus, em seguida, forma um trígono com Plutão a 6 de novembro. O desejo latente por paz e redenção torna-se tangível, culminando com a entrada de Vénus em Balança a 8 de novembro.

A 10 de novembro, Mercúrio ingressa em Sagitário, imediatamente entrando em quadratura com Saturno em Peixes. No dia seguinte, Marte em Escorpião opõe-se a Urano, seguido pela Lua Nova em Escorpião em oposição a Urano a 13 de novembro. Potenciais revoluções, tanto na esfera privada quanto pública, podem exigir correções significativas.

A 18 de novembro, ocorre a Conjunção entre o Sol e Marte, formando um trígono com Neptuno. A Lua e Plutão em Capricórnio estabelecem Sextil com o Sol, Marte e Neptuno. Este período pode representar um ponto baixo do mês, exigindo cuidados extras, pois os níveis de energia podem diminuir, criando uma perspectiva sombria.

O Sol ingressa em Sagitário em 22 de novembro, seguido por uma quadratura com Saturno a 23 de novembro. Em 24 de novembro, Marte também alcança Sagitário, entrando em quadratura com Saturno no dia seguinte. A clareza sobre as ações necessárias emerge, incentivando a implementação imediata dos planos, mesmo que a força seja escassa.

A 27 de novembro, a Lua Cheia em Gémeos traz confiança, apesar da quadratura entre Mercúrio e Neptuno sugerir adiar decisões de longo prazo.