11 novembro 2022

Pontos e Vírgulas

Pois bem, já faz imenso tempo que ando para escrever este texto, mas só hoje reuni forças e vá, coragem e muito honestamente, disposição para o fazer.

Quem me conhece já deve ter estranhado a minha longa ausência, já praticamente de 1 ano para cá...

Em Outubro de 2021, eu comecei uma formação de Técnico de Apoio Psicossocial. Esta formação ocorreu em S. Mamede de Infesta e como fica longe da minha casa - se tivesse carro seria fácil e relativamente perto - mas de transportes públicos a verdade é bem diferente.

A verdade é que entre ir e vir, eu gastava 4 horas por dia. Escusado será dizer que já chegava a casa bastante cansado, por vezes com trabalhos para fazer, fora as tarefas domésticas e o cuidar da minha avó. Assim, o tempo que sobrava para o blogue quase chegava ao Zero.

Foi um ano de muita luta, avanços e recuos. O curso foi bem diferente daquilo que me "venderam". Por motivos diversos, pensei em desistir por diversas vezes. Não foi fácil, ainda para mais com outras coisas em cima, levar o curso até ao fim. Mas, eis que hoje o curso terminou nesta passada 4ª feira.

Existe um misto de sensações, que acredito serem comuns a todos nós quando damos um ciclo por terminado. Entre risos e alguns olhos marejados, acabou aquele ciclo. Foi difícil, tive de encontrar forças mais vezes do que imaginava dentro de mim, para o conseguir terminar.

E pelo meio tive as minhas aventuras...

Acho que nunca conheci tanta gente como o fiz ao longo deste ano de curso. Havia dias em que tinha 2, 3 cafés, organizados de uma forma tão metódica, que as minhas colegas de curso ficavam de boca aberta. Mas, com o diz o meu querido amigo Francisco, "um café não mata, nem compromete". E assim é, de verdade.

E com muitos cafés, peneirava as pessoas. Algumas - a sua grande maioria - ficavam logo por aí. Outros, ainda cheguei a dar a conhecer os meus lençóis ou eu conheci os lençóis deles. Não me considero promíscuo e muito menos casto. Mas procurei ser selectivo. Não andava com o cú aos saltos, nem os tomates a precisarem de ser "esvaziados". Quer dizer, por vezes sim, mas não era por isso que buscava estas companhias.

Olhando em retrospectiva, percebo que muitas pessoas que conheci ao longo deste ano e tal vieram em busca do óbvio. Pelo meio, ainda me descobri, percebendo que, dependendo das pessoas, eu não "funcionava" só de uma maneira. Isso foi algo que me surpreendeu, apesar de já ter-me apercebido disso no passado. Talvez porque não tinha costume de conhecer tanta gente, não tinha ainda explorado essa questão a "fundo". :P

Dessas pessoas, só uma ainda se mantém por perto. Não quer nada demais comigo, mas quer que eu esteja lá quando está "carente". Nesses momentos, contempla-me como se eu fosse um deus, e fazemos um pouco de tudo, até porque sendo ambos versáteis e com fetiches idênticos, a química é sempre muito boa.

Houve um tempo em que queria namorar com ele. Ele sempre demonstrou interesse e é bastante carinhoso comigo, mas sempre me disse que não sabia o que queria. Pelo meio, eu perdi o interesse e inclusive cheguei a apagar o contacto, porque para mim é assim que funciona. 

Por intermédio dos colegas que vivem cá em casa comigo, lá disse ao gajo como me sentia e chegamos a um consenso. Para tal, passaram alguns meses, onde eu tive pseudo-namoros (sempre com gajos estrangeiros, não percebo porque não me cativam tantos os tugas) - até eu e esta amizade colorida voltarmos a ver-nos e falarmos e... o resto.

Actualmente, estamos numa fase de afastamento, talvez porque eu tenha sido sincero demais. Não estou com paciência para aturar estes "filmes" e "peditórios". 

Entretanto, a minha avó tem caído com imensa frequência. Ao longo do ano, caiu tantas vezes que perdi a conta das chatices que aconteceram por causa disso. Entre a teimosia dela e as quedas, não sei quem é pior. O que sei é que numa das últimas quedas ela partiu o nariz e na última partiu o colo do fémur. Ela está actualmente numa clínica de reabilitação bem longe de casa - e eu sem transporte para a visitar. só consigo falar com ela por telefone e por vezes, mal. Esta situação irá mudar, visto que ela retornará para mais perto daqui na próxima segunda-feira. 

Apesar disso, dificilmente ela voltará para casa, pois o estado de saúde dela e também a casa em si não é a melhor para alguém com as limitações que ela está a ter neste momento. Isso tem gerado muitas confusões e discussões, além de reavivar problemas familiares antigos. Não tem sido uma fase fácil de viver e experienciar.

E pronto, meus amigos. É sobre isso. Neste momento volto a ser mais um número do desemprego em Portugal. Mais uma pessoa que termina um ciclo, sabendo que dificilmente os sonhos se vão concretizar. 

2 comentários:

  1. Bom saber de ti e das tuas aventuras
    Rápidas melhoras para a tua avó
    Dizem que o amor não se procura, ele acaba de te encontrar por aí (ups eu não escrevi isto ehehehehehehehhe shame on me
    Fazeres parte da lista do desemprego não é assim tão mau, se tiveres direito ao subsídio. Um dia acabarás por encontrar o teu príncipe
    Tu mereces ser Feliz:)
    A vida por vezes tem caminhos que nós não entendemos, mas um dia faz todo o sentido
    Grande Abraço amigo e sempre de cabeça erguida/levantada assim como o rabo e a pila eu não escrevi isto ahahahahahhahahah

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    1. Olá Francisco!
      Obrigado pelos votos para a avó. :)
      Em relação ao amor, vamos a ver, estou um bocado descrente. :P
      Não tenho direito ao subsídio de desemprego, na maior parte da vida trabalhei de forma liberal, por minha conta. E há muito tempo que sou cuidador da minha avó, só agora é que querem dar uma migalha que não paga contas a quem é cuidador informal.
      Ao longo da vida já conheci sapos que viraram princípes, princípes que se tornaram sapos, cavaleiros que viraram príncipes.. Nesse aspecto, a vida tem sido agradável. É uma pena que nunca fiquem por muito tempo, mas assim é a vida, uma data de escolhas.
      Concordo contigo, a vida tem caminhos que só entendemos mais tarde, por vezes, anos depois. É um facto curioso, esse.
      Tu também mereces ser feliz, Francisco. Sei que és feliz sozinho, mas se tivesses um parceiro, que fosse bem na tua onda, certamente serias ainda mais feliz. :)
      Quanto às cabeças erguidas e ao rabo, é assim mesmo! Nada como mostrar às manas que estamos aqui para as curvas! xD
      Abreijos e obrigado pela força e carinho de sempre :3

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