Para Além do Arco-Íris ~ Capítulo 9 [Especial]

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Capítulo 9 [Especial]

*Algures, no Espaço Sideral…*

O Vulto Misterioso deslizou pelo Universo, até reencontrar-se com o Livro Mágico. Abriu-o até à última página onde tinha deixado algo escrito. Aí, pegou na sua Pena Mágica e ordenou, com malícia na voz.  

- Hey! Está na hora! Acorda, Eyden!

Um clarão de luz emergiu, seguindo-se-lhe uma melodia.

- Mas… Que raio? De onde vem esta melodia?! - inquiriu o Vulto Misterioso.

 

O som da melodia suave ecoava do Livro Mágico. O Vulto Misterioso, o Oculto Autor da história, encontrava-se diante do Livro, que agora possuía uma nova e radiante energia. As Lágrimas de Hórus, absorvidas pelo Livro, concediam-lhe um Poder Inigualável sobre a narrativa!

Algumas palavras começaram a surgir no Livro!

Cometeste um erro ao quereres roubar um Poder que está Para Além da tua compreensão…

O Vulto Misterioso escreveu:

- Quem és tu? Como te atreves a interferir na minha história?!?  

O Livro Mágico respondeu com uma onda de energia que ecoou pelo Espaço Sideral. As palavras formaram-se mais uma vez:

Eu Sou o Guardião deste Reino Narrativo, aquele que Transcende as páginas e dita o Destino. Tens brincado com forças que desconheces, Vulto Misterioso.

O Vulto, embora intrigado, não se deixou intimidar.

- Guardião ou não, este é o meu domínio! Eu sou o arquiteto desta Realidade, e nenhum Guardião ou Livro Mágico me dirá o contrário!

O Livro Mágico respondeu, com as palavras a brilhar numa intensidade cada vez maior:

A arrogância obscurece a Sabedoria. As Lágrimas de Hórus trouxeram uma nova energia a este reino, uma Força que não pode ser subjugada por caprichos egoístas.

O Vulto, ainda desafiante, ergueu a Pena Mágica.

- Veremos quem tem o verdadeiro Poder aqui! O Eyden é o meu personagem, e eu é que determinarei o seu Destino, bem como o Destino de todos os outros personagens!

Numa explosão de luz, o Vulto Misterioso tentou impor a sua vontade sobre a narrativa. No entanto, o Livro Mágico respondeu, alterando as palavras que se formavam:

As Lágrimas de Hórus fluem através deste Reino, e a Trama tece-se com uma Magia mais Antiga que o Próprio Tempo. 

O Vulto Misterioso, perplexo, recuou. O Livro Mágico permaneceu resplandecente, uma entidade que Transcendia o controlo do seu Criador!

Não subestimes o Poder do Equilíbrio Narrativo. Eyden despertará, não por tua vontade, mas pela Harmonia que a narrativa demanda!

A melodia suave continuava a soar, guiando a evolução da trama de uma forma que escapava ao controlo do Vulto Misterioso. O destino de Eyden estava agora entrelaçado com as forças mágicas do Livro, e o Espaço Sideral vibrava com a iminente transformação na história que estava por vir. 

O Vulto Misterioso percebeu que a trama, de certa forma, ganhou vida própria. O Livro, agora imbuído com o poder das Lágrimas de Hórus, começou a sussurrar sugestões e ideias ao autor, desafiando até mesmo o controlo do Vulto. Esta irreverência tornou-se uma dança intrigante entre o Criador e a sua própria Criação!

Num sussurro, o Vulto Misterioso virou costas e declarou, num tom melífluo:

- Isto não ficará assim… Tu vais pagá-las! 

Enquanto isso, no Mundo Mágico dentro do Livro, Eyden Sandiego repousava num sono profundo. As Lágrimas de Hórus caíam sobre Eyden como gotas de um éter transcendental. Cada Gota tocava não apenas a sua forma física, mas também as Sombras da sua Alma. O vilão, envolto em Escuridão, sentiu um arrepio enquanto as Lágrimas infiltravam-se no seu ser.

As Lágrimas, agora impregnadas de uma intensidade renovada, não buscavam apagar a Escuridão, mas sim transformá-la. Cada Lágrima era como um sussurro suave, uma promessa de Redenção que se misturava com o seu Despertar. Eyden, mesmo inconscientemente, começava a sentir a Dualidade da Magia que o envolvia. A Pena Mágica de Eyden, inicialmente mergulhada na Escuridão, começava a oscilar entre o Branco e o Preto, refletindo a Dualidade que crescia dentro dele. A Magia, guiada pelas Lágrimas de Hórus, desafiava a natureza do próprio vilão.

Enquanto as Lágrimas caíam, uma sinfonia de emoções antigas ecoava na sua mente. Memórias de tempos mais puros, antes de sucumbir à Escuridão, ressurgiam como fantasmas. Uma brecha, pequena e quase impercetível, formava-se na armadura de vilania que Eyden havia construído ao seu redor.

Eyden, ainda imerso no seu sono profundo, experimentava um sonho tumultuado. Sombras do seu Passado e visões de um Futuro incerto dançavam em torno dele. A melodia suave que ecoava no Mundo Mágico era como um fio condutor, conectando-o às forças que moldavam a narrativa.

No entanto, a mudança era subtil, como um murmúrio distante. Eyden, mesmo despertando para a Nova Realidade, não percebia completamente a transformação que ocorria dentro de si. A Escuridão persistia, mas agora era tingida com nuances de luz.

Enquanto isso, o Vulto Misterioso, embora desafiado pelo Livro Mágico, não desistia facilmente da sua Autoridade. Ele observava o Despertar de Eyden com uma mistura de Curiosidade e Desdém, sem perceber completamente que as Lágrimas de Hórus começavam a tecer uma nova trama, que seguia Para Além do Seu Controlo. A narrativa desdobrava-se num equilíbrio delicado, onde o vilão permaneceria, mas as Sementes da Redenção tinham sido semeadas.

Eyden desperta, por fim, com uma sensação de transformação e confusão. A melodia que o envolve é a mesma que ressoou na Nova Terra durante os momentos de conflito. Ele abre os olhos para um Mundo Alterado, onde o Equilíbrio entre a Luz e as Sombras é mais tangível do que nunca.

[Continua...]