27 setembro 2021

Eleições Autárquicas

Sendo um leigo na matéria, a verdade é que com o passar dos anos os jogos políticos interessam-me. Existe muita informação que eles partilham nas entrelinhas, e por vezes é um verdadeiro desafio filtrar a "palha" do que realmente importa.

Das várias eleições que Portugal dispõe, uma das que certamente provoca maior impacto na vida das pessoas e das comunidades, são as eleições para as Juntas de Freguesia e as Câmaras Municipais. Nestas, acredito eu, na maioria das vezes não vence um partido - vence a pessoa que o representa. E embora as duas coisas pareçam dar no mesmo, a verdade é que são duas coisas bem diferentes.

Costumo acompanhar com relativo interesse as noites eleitorais. Acho importante percebermos o que vem aí, com o que poderemos contar, embora na maioria das vezes, já se sabe... Tudo fica na mesma.

Eu já estive nas Mesas de Voto a trabalhar em dias de eleições. Já trabalhei em todas as eleições que nos são colocadas ao dispôr. As mais aguerridas são, claro está, estas, as eleições para os orgãos locais. Desde que me casei, em 2017, passei a ser posto "de parte", nunca mais tendo sido chamado para essa função. Claro que esse facto nunca foi mencionado abertamente. Mas eu sei que as pessoas falam e mesmo agora, estando divorciado, ainda existe quem fale e comente em sussurros. 

Já não ligo a isso. 

O karma é fodido. Uma das famílias mais riquinhas e peneirentas da aldeia onde vivo, que falou bastante mal de mim na altura em que souberam, vieram a descobrir que o neto deles também é gay e está, inclusivamente, a pensar viver com o namorado dele. Não pude deixar de sorrir - sempre soube que ele era gay. O nosso "gaydar" não falha. Afinal, "até no melhor pano cai a nódoa". Não que ser gay seja uma nódoa ou um defeito. Vocês entenderam o que eu quis dizer. 

Quanto ao trabalho nas Mesas de Voto... 

Por um lado, fiquei contente, porque convenhamos, ganhar 50 euros para ficarmos o dia todo à espera que umas 500/600 pessoas [em média, na Mesa onde eu escrutinava] apareçam para votar, é um bocado chato. Além de que temos de estar no local 1 hora antes das urnas abrirem ao público, ou seja, às 7 da manhã e depois de fecharem, termos de fica lá até tudo estar concluído, com os resultados apurados e todos os votos entregues ao Tribunal da Comarca da nossa região.

Por outro, a vida de um Escrutinador, está agora muito facilitada - os Cadernos Eleitorais são agora impressos por ordem alfabética, o que torna muito mais simples de encontrar os votantes. Até à minha última participação enquanto Escrutinador, era uma chatice andar com o Caderno Eleitoral para trás e para a frente, porque antes, eles eram por ordem dos Eleitores, sendo o primeiro o eleitor mais velho da freguesia, até chegar ao eleitor mais recente/jovem da freguesia [recenseado]. Nesse aspecto, fiquei com pena de não ter tido essa oportunidade, quem sabe no futuro. Verdade seja dita que as eleições locais são as piores para se trabalhar. Existe muita pressão, os Delegados dos Partidos por vezes pegam por coisas que nem lembram ao diabo, enfim... Se fosse estar a contar-vos essas coisas, daria pano para mangas. E olhem que estou a falar só da minha freguesia. Imaginem agora o que não acontecerá por todo o país.

Bom, foi com surpresa que assisti aos resultados eleitorais deste ano. Gostei das mudanças a um nível geral - fiquei particularmente satisfeito pelo Moedas derrotar o Medina, fiquei com pena da Susana não ter ganho a Amadora, fiquei um pouco surpreso com a perda da maioria absoluta do Moreira aqui no Porto.

Ao nível local, este ano escrevi um discurso político para um dos candidatos numa freguesia que não a minha. Ele não venceu, não por conta da sua inaptidão - eu gostei do programa e da sua campanha de proximidade - mas por conta da "campanha duvidosa" de um rival, facto que até foi notícia no jornal Público. Na Câmara, ganhou o PS - esta terrinha sempre foi PS desde que me conheço como gente - embora nos dois últimos mandatos, tenha tido uma Independente - a NAU - que este ano "afundou", feito o Titanic. Ela foi punida, com toda a razão, pela incapacidade e parcialidade. Houve um escândalo relativo a isso, um concurso/sorteio de atribuição de casas a rendas acessíveis, onde um dos sorteados foi o meu pai. Ele e os restantes 49 sorteados - foram mais de 300 famílias que concorreram, para 50 imóveis disponíveis - perderam todos o sorteio por conta de pessoas de uma certa etnia que se barricaram na Câmara e exigiram as casas todas para eles.

Eis os resultados completos para a minha freguesia e as restantes: 




Estou curioso com o que irá acontecer daqui para a frente. Na minha freguesia foi renovado o mandato do Presidente anterior. Com oposição directa dentro da Câmara, quero ver o que isto vai dar. Outro aspecto interessante é ver que o Chega já conseguiu ter mais votos que alguns Partidos de Esquerda e Direita.

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