25 setembro 2019

Vírgulas do Destino: O Turista - Capítulo 1

Começo hoje a publicar as minhas histórias e contos, aqui no blog. À medida que eles forem sendo publicados aqui no blog, vocês poderão ler ou reler na secção "Pescador de Sonhos"!


Vírgulas do Destino: O Turista 🔞☄️🏳️‍🌈
Capítulo 1



*Lisboa, 26 de Maio de 2013*

Hoje o dia está porreirito.

Ideal para fazer caminhadas.

Decidi que uma caminhada à beira-rio é o que preciso.

Afinal, estou mesmo a precisar de espairecer...

Arranjo-me e lá vou eu.

Mal havia chegado ao local, quando sinto algo a vibrar no bolso.

Quem seria agora?

Saquei o meu telemóvel do bolso.

Era a Sara.

Atendi.

- Estou? - perguntei, num tom desinteressado.

- Olá Abel! Tudo bem contigo? Como estás? - perguntou Sara, de um só fôlego.

Ri-me.

- Já deves saber, não?? - respondi, sarcástico.

A Sara era a minha melhor amiga. Amiga de noitadas, de copos, de cama. Uma amiga de longos anos. Com ela eu podia falar de tudo, sem rodeios. A Sara sempre tivera um fraquinho por mim, desde o dia em que nos conhecemos. Porém, desde o início que a avisei: não sou homem de uma mulher só. Ela decidiu então ser a minha melhor amiga.

- Pois! É por isso mesmo que te estou a ligar! Queria saber a tua versão da história! Apresentaram queixa contra ti, sabes? - argumentou ela, em voz grave.

Ri-me novamente.

- A sério? É preciso ter lata! - exclamei, embora sem grande convicção.

Sara insistiu:

- Mas afinal o que foi que aconteceu, Abel?

Suspirei.

Ela ia mesmo fazer-me reviver tudo aquilo outra vez.

Tentando dar um tom desinteressado à voz, respondi:

- Ontem fui ter com a Madalena. Até lhe levava um ramo de flores, vê lá tu! Chegado a casa dela, entro, vou pé ante pé até ao quarto e.… Com o quê que me deparo? Ela estava na cama com o cabrão do Rui! Tu já viste isto? A grande cabra, a pôr-me os cornos com aquele filho da puta! - explodi, enraivecido.

Sara suspirou e disse:

- Tchiii...!! Não deve ter sido nada bonito de se ver.…

Continuei.

- Quando os vi assim, juntinhos, acredita que me apeteceu dar um tiro nos cornos dos dois! Como é que eles se atreveram a fazer-me isto? Aquele cabrão era meu amigo há tanto tempo! Desde os tempos da primária! E ela? Sempre dedicada e calminha, parecia que não fazia mal a uma mosca! E ainda se achou coberta de razão!

- A sério? Porquê? - perguntou Sara.

- A Madalena virou-se para mim e gritou: - “Eu estou farta de ser enganada, de ser usada, de ser uma boneca nas tuas mãos, Abel!” - respondi com voz de falsete, imitando Madalena.

Sara riu-se. Conhecia-me bem o suficiente para imaginar o que se passaria a seguir.

- E o que aconteceu a seguir, Abel? Eles apresentaram queixa contra ti, está lá na página do Criss-Cross deles!

Pigarreei.

- Muito simples. Eu virei-me para ela, atirei as flores ao chão e como ela começou a resmungar, preguei-lhe um estalo que até andou de lado. O estúpido do Rui levantou-se da cama, todo nu, e vinha decidido a ripostar. Esqueceu-se é que eu tenho reflexos rápidos. Espetei-lhe um murro no focinho em menos de nada! Ficou logo K.O.! - respondi divertido.

- Ouch! Não deve ter sido nada agradável... - suspirou Sara.

- Porra Sara, eu estava de cabeça quente! Um gajo é bom para as pessoas e é assim que me agradecem? Eu, que nunca faltei com nada à Madalena? Eu, que quando aquele minorca queria mamar ou levar, lhe dava de bom grado? Ele sempre acabava a pedir-me mais e eu dava…! E agora, eles fazem-me isto? Que lata, pá! - exclamei indignado.

Sara riu-se.

- Tiveste uma noite bem animada, Abel! Parece-me melhor eu deixar-te descansar, antes que sobre para mim também! - exclamou, divertida.

- Sim, é isso mesmo! - assenti, rindo-me.

- Logo vens ter lá a casa?

- Vou sim, a que hora queres que apareça?

- Ó Abel, aparece depois do jantar. Vamos até ao nosso bar... A ver se desanuvias!

- Ok! Combinado!

- Beijinhos, Abel! Vê lá se descansas!

- Tchau, miúda! Porta-te bem!

A chamada terminou.

- Porra, já estava farto de falar! - suspirei.

Decidi desligar o telemóvel.

Não me apetecia aturar mais ninguém.

Queria ficar sozinho e espairecer a cabeça. Tinha sido um duro golpe no meu orgulho. Eu sou um gajo habituado a engatar quem eu quero, quando eu quero. Sou eu que decido as regras do jogo. Pouco me importa se são gajas ou gajos. Se eu sentir vontade ou atracção, é isso que conta.

Adoro viver o momento.

Não estou habituado a ser o “cornudo”. Normalmente, as minhas relações acabam ao fim de uma noite de sexo sem compromisso. Com a Madalena, porém, tinha sido diferente...

A Madalena encantou-me logo da primeira vez que a vi. Ela é um pouco mais baixa do que eu, sem os saltos altos. Cabelos compridos, castanhos-escuros, lisos e sedosos, pelo meio das costas. A pele dela é clara, tem olhos castanhos, aveludados. As suas bochechas, sempre vermelhinhas, dão-lhe um ar de estar sempre a ser apanhada a fazer algo que não devia. Tem o nariz empinado, típico das meninas ricas. A boca dela é bonita, com lábios carnudos. Cedo vim a descobrir que ela sabe trabalhar bem com a boca. Beija bem e mama ainda melhor.

Os seus seios são grandes, redondos, mas sem serem exagerados. Para mim, estão na proporção ideal. Os mamilos dela são lindos, pequenos e delicados. Verdadeiros brotos de rosa, desejosos de serem cuidados por quem sabe da arte. As suas pernas e coxas são bem torneadas. O rabo, esse, é bem tonificado. Adoro o rabo dela. Ela tem o rabo assim graças às horas que ela perde por semana nas sessões de Pilatos do ginásio. Isso é o que ela diz. A verdade é que o rabo dela é assim graças às palmadas, aos apalpões e às cacetadas que eu lhe dou! É isso que lhe põe aquele rabinho bem empinado!

Ela sabe exactamente como deixar-me enlouquecido de desejo…

Suspiro.

Recordo-me das vezes em que ela aparece vestida com uma camisa axadrezada, uma saia vermelha às pregas, uns óculos e uma mochila pequena, às costas. Noutras ocasiões, ela aparece vestida com um vestido curto azul-aqua, que lhe cobre uma pequena parte das coxas e calça as botas de cano alto até ao joelho.

- “Hummm... Que visões maravilhosas!” - pensei.

Estava eu perdido nestes pensamentos, contemplando o rio, quando me interpelaram.

Virei-me para olhar quem me interrompera.

Era um rapaz.

Pelo aspecto dele, era um turista de certeza.

O rapaz vinha todo vestido de preto. Tinha os cabelos compridos, aloirados, abaixo dos ombros. Ele era alto e tinha pele clara. Os seus olhos eram aveludados, verdes, num tom verde seco. Ao peito, trazia um fio com uma clave de sol. No braço direito, uma pulseira com 6 cores. No braço esquerdo, uma tatuagem que achei deveras curiosa.

Às costas, ele trazia uma mochila com uma garrafa de água das grandes e um mapa, do lado de fora. Trazia também um estojo, que presumi ser de uma guitarra ou de um baixo. Uma leve brisa agitou os cabelos dele. Confesso. Ele era um rapaz bastante atraente! Não me deixou indiferente! Pigarreei e perguntei-lhe o que é que ele queria.

Ele sorriu para mim. O raio do gajo tinha um sorriso mesmo bonito…

Após alguma hesitação, o rapaz falou, num tom de voz carregado:

- Desculpa-me incomodar, mas acho que estou perdido! Eu queria ir para aqui! – comentou ele, apontando no mapa para o local que seria o seu destino.

Acenei com a cabeça e ri-me.

Olhei para o mapa e depois para ele. Expliquei-lhe, entre palavras e gestos, onde nos encontrávamos. O rapaz era espanhol. Afinal, ele não estava assim tão longe do seu objectivo. Apercebi-me que me escutava com muita atenção, não sei se por eu estar a falar muito rapidamente ou por outro motivo qualquer. Por momentos, senti-me tentado em oferecer-me para acompanhá-lo ao local onde ele queria ir. Acabei por desistir. Despedimo-nos com um sorriso. À medida que o via a ir-se embora, lamentava a minha estupidez.

Que belo rabo ele tinha!

Suspirei aborrecido.

Nada a fazer.

Prossegui com a minha caminhada.

Perdido em pensamentos, não dei pelo passar do tempo. A manhã rapidamente deu lugar à tarde.

E que calor veio com ela!

A dada altura, cheguei a um jardim à beira-rio.

Estava cansado de andar.

marlon-teixeira


Tirei a minha t-shirt - que estava toda suada - e coloquei-a a servir de almofada sob a cabeça.

Deitei-me ali mesmo.

A relva estava quente, mas era uma sensação agradável nas costas! Uma brisa refrescante percorreu o todo o meu peito suado.

- “Ahhhhh! Que maravilha!!” - pensei.

De repente, uma sombra ofusca-me o sol.

Estremunhado, viro a cabeça.

[Continua...]

2 comentários:

  1. Interessante, todos temos telhados de vidro eheheheheheheheh

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