No passado domingo realizaram-se as eleições legislativas para decidir qual o partido que irá [des] governar Portugal pelos próximos 4 anos.
Sem grandes surpresas para ninguém, o Partido Socialista venceu as eleições. De uma forma geral, os resultados obtidos seguiram em linha com as projecções que as "sondagens" divulgaram ao longo do dia. Foi uma vitória da Esquerda, contrapondo com uma derrota da Direita. Aqui, não considero que a Esquerda tenha sido melhor que a Direita. A única medida em que vi a minha vida melhorar em 4 anos de Geringonça, foi a obtenção de um Passe Único por 40 euros, medida que entrou em vigor em Abril de 2019 aqui no Porto.
De resto, tudo piorou.
Inesperadamente, eis que os partidos que outrora serviram de muleta ao PS - a famosa geringonça - desta vez recusaram - vamos a ver por quanto tempo - a criarem uma nova aliança à esquerda, promovendo uma Geringonça Versão 2. Em boa verdade até mesmo o PS, agora mais perto de uma maioria absoluta, não via com bons olhos essa opção, visto que para tal acontecer, teria de ceder em aspectos que sabe não conseguir cumprir:
* Uma das bandeiras do PCP era o aumento do salário mínimo para 850 euros. Embora considere que sim, que o salário mínimo deve aumentar, bastante até, visto que vivemos num país de baixos salários, mas um custo de vida ao nível dos países mais ricos da Europa - também sei que nem todas as empresas possuem capital suficiente para acompanhar esse crescimento. No fim de contas, o que acabaria por acontecer seria o aumento do salário mínimo, à custa do sacrifício de postos de trabalho. O PCP foi castigado nestas eleições, perdendo mais votos para outros partidos mais jovens.
* Já o BE nem ganhou, nem perdeu. Estabilizou-se e consolidou-se como a 3ª maior força política em Portugal. Consegue tal proeza muito graças à sua actual líder, Catarina Martins, mulher hábil em palavras. Ela representa a geração que mais se identifica com ela - a geração que terá neste momento entre 18 e 30 anos. São de uma geração que ainda vive o sonho, que ainda se mostra inconformada e acha que de facto as coisas podem mudar. O Bloco de Esquerda contava com esta consolidação para apertar com o PS, mas António Costa, outra velha raposa da política, percebeu a jogada e fechou a porta, ainda antes de Catarina Martins tentar entrar no seu "galinheiro".
Novos Partidos foram eleitos pela primeira vez para a Assembleia da República. Estes novos partidos atravessam todo o espectro político. Temos o Livre, que se assume como uma "Esquerda Verde". Uma espécie de Bloco de Esquerda versão 3.0, visto que o PAN seria o Bloco de Esquerda 2.0, embora ainda precise de treinar bastante para ambicionar crescer e tornar-se, efectivamente, uma força política. Que André Martins tenha consciência que se elegeu mais deputados, não foi pelas ideias dele. Ele é inapto para a política. Não sabe argumentar, nem tem ideias concretas para a maioria dos assuntos. A única coisa de que sabe falar é de política ambiental. Mas nem só de ar vive o Homem. Muito boa gente terá votado PAN como forma de protesto.
O PS pretende "Geringonças" com o PAN e o Livre. Como ambos os partidos são tão pouco relevantes na Assembleia da República, tanto o PAN como o Livre não terão grande margem para exigências. Ao PS bastará que estes se abstenham, tal como o PAN fez ao longo da última legislatura, para que o Orçamento de Estado seja aprovado sem grandes problemas. E estes pequenos partidos ficarão satisfeitos com as "migalhas" que o PS lhes der.
À Direita, temos o Iniciativa Liberal e o Basta. Ambos os partidos também se estrearam nestas eleições e, embora com espectros diferentes - Iniciativa Liberal será uma espécie de "Direita Caviar" e o Basta representa a Extrema-Direita.
Verdade seja dita: a Direita em Portugal deixa muito a desejar. Os últimos 4 anos foram governados por uma Geringonça de Esquerda, com um Presidente de Direita que foi bastante conciliador e com uma oposição do PSD e do CDS-PP que pouco ou nada fizeram de concreto como oposição.
Entre as Guerras Internas pelo Poder dentro do PSD, que levaram à fragmentação do partido, nasceu o Aliança - um partido que se revelou um extremo fracasso. Rui Rio, actual líder do PSD, mostrou-se incapaz de dominar todos os problemas que se criaram dentro do seu próprio partido. Ainda assim, se ele se mostrar perseverante, acredito que nas próximas eleições ele seja o vencedor. Aos poucos, com a sua atitude, ele vai vencendo a oposição interna e conquistando o respeito das "gentes do sul", que ficam incomodadas pelo líder ser um "homem do norte".
Já Assunção Cristas, que entretanto se demitiu da liderança do CDS-PP, não conseguiu que a sua mensagem atingisse o público-alvo. Ela tem razão em muito do que diz. Será preciso, no entanto, uma boa dose de maturidade e alguns anitos a muitos dos eleitores para entender e aceitar que afinal, ela tinha razão.
O futuro do país passa pelo regresso às origens. Não podemos, simplesmente, continuar a ignorar a agricultura. Precisamos de cultivar os campos, cuidar das pessoas mais velhas, reflorestar o país e repovoar o Interior.
Por agora, temos um PS 2.0 a governar. Vamos a ver é por quanto tempo.
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Nota do Autor - Há 1 ano atrás, comecei a publicação desta novela. Para celebrar esse evento, este capítulo marca o início da 2ª e última T...
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The landscape sleeps in mist from morn till noon; And, if the sun looks through, ’tis with a face Beamless and pale and round, as if the m...
Um deputado à Direita e todos berram, não sei quantos deputados na Extrema Esquerda e É Hino Nacional... Quanta gente Burra neste país que ainda tem a mania que escrevem nas redes sociais e blogues Dassss
ResponderEliminarA Moda é ser Esquerda :) que povinho mais corno manso mesmo
Grande abraço amigo
As prioridades das pessoas andam trocadas, como é costume. :P
EliminarQuanto o circo pegar fogo, vamos a ver como fica o discurso! ;)
Abreijos