12 fevereiro 2021

Beach Rats

 

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Beach Rats [Ratos da Praia] [2017] é um filme dramático e a proposta que irei falar hoje.


Sinopse:


Frankie [Harris Dickinson] é um rapaz como tantos outros da sua idade. No entanto, Frankie carrega um segredo consigo que lhe causará muito sofrimento.


A minha opinião [Contém Spoilers]:


Estamos perante um filme que aborda de uma forma muito directa alguns dos problemas da sociedade actual - jovens perdidos, que nada fazem na vida, a não ser fumar, beber e drogar-se. Deambulam sem rumo, nem destino, enquanto tentam aproveitar uma liberdade - ilusória, diga-se de passagem.


Todos eles, sem excepção, são prisioneiros do "gueto" onde vivem. Não conhecem outra vida para além daquela, por isso, tempo e o padrão deles nunca muda. Ora estão numa loja de vapping - a fumar - ora estão em tronco nu, com calções largos e boxers à mostra, a fazerem-se a raparigas na praia. Elas vivem a mesma realidade que estes rapazes, embora isso não seja claramente visível no filme. Elas existem ali apenas para serem "carne para canhão", mas parecem não se importar muito com isso. Afinal, a vida delas é tão vazia quanto a deles.


Frankie tenta encontrar algo a que se agarrar no meio deste vazio. Ele tem problemas sérios com a família, cujo pai está a morrer de cancro, acamado na sala de estar. A irmã mais nova desperta para o universo das raparigas da praia que ele conhece, despertar esse que incomoda Frankie que, ainda que inconscientemente, quer uma vida melhor para a irmã. Já a mãe de ambos vive um pouco à parte de tudo, mergulhada na dor pelo estado do marido, mas procura sempre mostrar preocupação e até alguma leviandade para com o filho - parece mais ser uma amiga mais velha do que mãe.  


Para escapar desta realidade, Frankie refugia-se no quarto, onde, secretamente, procura conhecer outros homens, num site semelhante a sites que existem na vida real. Os homens que ele busca são geralmente homens de meia-idade e é nestes encontros virtuais que se vê o quanto ele ainda é imaturo, tanto emocional como sexualmente. 


A dada altura, um dos homens pergunta-lhe o que ele quer/procura, ao que o rapaz responde simplesmente "não sei". Ele no fundo, bem lá no fundo, sabe. No entanto, Frankie tem sérios problemas em aceitar-se como gay. Ele usa todo o tipo de subterfúgios, desde a desculpa da droga, passando por estar com raparigas, mas o seu tesão evapora-se tão rápido quanto as suas "vapps" na loja de vapping. É numa clareira, algures numa praia, que ele se encontra com homens mais velhos e satisfaz o seu real desejo.


O filme praticamente não tem músicas, como se fosse intenção da autora que nos colocássemos na pele de Frankie, num vazio permanente, em busca de respostas e de satisfação, ainda que não se saiba onde procurar. Isto dá uma perspectiva interessante ao filme. Este foco também está presente ao nível da fotografia, com planos crus, "desajeitados", imagens "desbotadas", por vezes focando-se muito nos peitorais e músculos dos twinks amigos do protagonista e outros que com ele se cruzam. Creio que aqui a ideia foi ficarmos mais uma vez com a perspectiva de Frankie em relação aquilo que realmente o atrai. Diga-se de passagem que, homens que gostam de homens, compreendem-no perfeitamente! [risos] Frankie acaba por ser vítima do seu próprio medo de sair do armário e de se aceitar como é de verdade, com medo de perder o pouco que lhe resta do seu pequeno mundo. 


Nota Final João: 7,8/10

1 comentário:

  1. Os filmes gays são muito idênticos, creio que os gays são quase todos iguais na fase da sua descoberta :)

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