Capítulo 5
*27 de Outubro de 2016*
Os dias seguintes ao funeral de Christine não trouxeram nada de bom. O tempo manteve-se cinzento e frio. Grace Falls viu-se obrigada a enterrar mais dois jovens. Contando com a preciosa e secreta ajuda da médium Agatha, a polícia acabou por encontrar os corpos de ambos os jovens desaparecidos.
Agatha, a Médium de Grace Falls!
Patie Williams
Patie foi encontrada morta na piscina de uma casa de emigrantes. Tudo levava a crer que ela tinha assaltado a casa e caído na piscina depois de beber bastante, acabando por morrer afogada. A Polícia e a Medicina Legal não sabiam determinar com certeza se fora acidente ou fora suicídio, já que Patie tinha alguns cortes nos pulsos, o que indiciava que algo não estaria bem.
Daniel Masters
Jules foi completamente abaixo com a morte de Daniel. Ele nutrira no passado uma atracção pelo rapaz, atracção que fora recíproca. Eles tinham chegado inclusive a trocar algumas carícias íntimas nessa altura, em segredo. Jules recordava-se com muito carinho desses tempos. Fora na altura em que ele começara a sentir algo diferente por rapazes.
Esses sentimentos não eram sentimentos agradáveis. Jules considerava esses sentimentos, no mínimo, estranhos. Causavam-lhe confusão e sofrimento. Porém, quando ele estava com Daniel, as coisas desenvolveram-se de forma muito natural. Ambos iam brincar para a cascata de Grace Falls, que dava nome à cidade. O calor, as curiosidades em relação ao corpo alheio, despido, fizeram com que os dois rapazes descobrissem um tipo de prazer que nunca haviam experimentado.
E agora, ali estava ele. A testemunhar o funeral de mais uma pessoa que significara algo para si. Jules não tardou a ter dificuldades para dormir e a ter pesadelos. Ele passou a tomar Valium às escondidas do pai e a cortar-se todos os dias. Eram cortes bastante superficiais, apesar de tudo. Ele não queria chamar a atenção. Queria apenas libertar-se da dor e tristeza.
O pai, estranhando o comportamento do filho, tão absorto, decidiu fazer-lhe uma surpresa…
*31 de Outubro de 2016*
O dia amanhecera solarengo e quente! Era o dia das bruxas, data muito festejada um pouco por todo o país! Mas esse dia seria especial por outro motivo! Várias carrinhas chegaram nessa manhã a casa de Jules, com uma série de mesas e empregados!
- Pai, vais dar uma festa? - perguntou Jules, quando acordou, admirado com a movimentação no jardim.
- Não é todos os dias que se faz 17 anos, filho! Parabéns! - exclamou Eddie, dando uma valente palmada nas costas do filho.
- Ena pai, com tanta coisa já nem me lembrava que fazia anos hoje…. Tens aí a minha prenda? - perguntou Jules, feliz.
- Decidi dar-te duas prendas, Jules! A primeira é a que estás a ver: mandei dar uma festa e convidei todo o corpo estudantil do liceu! Segundei sei, muitos deles hão-de vir cá ter, mais logo! - respondeu Eddie, muito satisfeito consigo próprio.
- ‘Tás a gozar! Uma festa com o liceu todo?!? E a outra prenda, pai?
- A outra prenda… Tu receberás quando soprares as velas do bolo! Agora, toca a levantar! Hoje levo-te à escola!
Jules sorriu feliz, puxando as mangas do pijama para o pai não ver os pulsos. Olhando para o pai, perguntou:
- Não vais trabalhar hoje?
O pai negou com a cabeça e respondeu:
- Não. Depois de tudo o que tem vindo a acontecer, acho que é uma óptima ideia celebrar os teus anos em grande! Tirei o dia para organizar as coisas. A mãe vai falar contigo à hora de almoço pelo Criss-Cross! Quanto à tua festa, ela começa às 16 horas! Agora vá, chega de conversa! Espero-te na cozinha!
Animado com a perspectiva de ter uma festa com todos os seus colegas e amigos, a disposição de Jules mudou completamente! Foi tomar banho a cantarolar, imaginado o que iria fazer com a prenda que o pai lhe tinha prometido!
- “Será que Matoskah também vem?” - pensou ele, enquanto se ensaboava.
Laura Sullivan
Bianca Sullivan
Bianca era a irmã mais velha de Jules. Ela era professora e estava sujeita a todos os anos partir para longe de casa e da família. Naquele ano ela tinha sido colocada no Sul da Califórnia.
- Sou eu sim, seu tonto! Muitos parabéns! Com que então dezassete anos, hã? Já soube o que o pai te vai oferecer! Agora vê lá se andas com juízo!
- O pai está a preparar uma festa, vê lá tu! - comentou Jules, colocando o telefone em modo altifalante, com o pai sentado ao lado a rir-se, divertido.
- Eu já soube disso! O pai anda a ficar manso com a idade, ah ah ah! No meu tempo não havia nada disso… - gracejou Bianca, metendo-se com o pai.
- Não havia dinheiro para isso, querida… - respondeu o pai de imediato. - Está tudo bem por aí? Vocês não precisam de nada?
- Tudo ok por aqui, pai! Vem aí uma tempestade, pelo que a mãe e eu vamos ter de ir embora, que não temos a vossa vida! Se pudermos, ligamos mais à noite! Beijinhos aos dois e parabéns ao nosso aniversariante! - remataram Bianca e Laura.
- Esperem lá! Tempestade? - Estou? Estou? - Jules mostrou-se preocupado, mas a chamada já tinha sido desligada.
- A tua mãe disse que estão a enfrentar uma ramificação de um furacão qualquer. Nada de grave, mas elas têm de ir para os abrigos… - respondeu o pai de Jules com naturalidade.
- E elas vão ficar bem, pai?
- Vão, filho. Não te preocupes. A tempestade ainda está sobre o oceano, só atinge terra daqui a quatro ou cinco horas. Dá tempo mais do que suficiente para elas se abrigarem em local seguro.
- Temos de manter os telemóveis carregados!
- Jules, hoje é o teu dia de anos! Eu sei que estás preocupado, mas não há nada que possas fazer. Além disso, tanto a tua mãe como a tua irmã estão habituadas a estas coisas. Eu, se fosse a ti, passava um pouco pelas brasas agora, para estar em condições para a festa! Hoje é o teu dia!
Suspirando feliz, Jules abraçou o pai e seguiu o seu conselho. Pelo caminho, ainda deu uma vista de olhos ao que andavam a fazer os empregados que o pai contratara e que estavam a deixar Maurice prestes a ter um ataque de nervos.
Horas mais tarde, Jules acordou um pouco sonolento, mas escutando música e algumas vozes, foi à janela e espreitou pelas cortinas. A festa já tinha começado! Rindo-se, rapidamente tomou um banho e vestiu-se. Saiu do quarto e fechou a porta à chave. Reparou que todos os quartos estavam fechados à chave. Havia ali dedo do pai, pela certa. Descendo as escadas, deparou-se com um cenário típico da noite de Halloween.
Alguma decoração fantasmagórica iluminava a casa, os jardins e a piscina. Dezenas de velas em forma de abóbora tinham sido dispostas pelos locais, junto com fantasmas, zombies e morcegos. Algumas bruxas riam-se aqui e ali, dando gargalhadas grotescas. Havia um minibar montado no jardim à entrada de casa, outro na sala de estar e outro no jardim nas traseiras da casa, à beira da piscina.
Todos os bares serviam uma miscelânea de bebidas coloridas, a grande maioria sem álcool. Eddie tinha avisado as barmaids para servirem apenas bebidas de frutas e cerveja sem álcool. Eddie viu o filho a descer as escadas, todo aperaltado e a ajeitar o cabelo. No entanto, Jules vinha descalço, o que fez o pai levantar o sobrolho. Aproximando-se, perguntou-lhe como se sentia, ao que este respondeu:
- Eu sinto-me lindamente, pai! Obrigado por todo este trabalho!
O pai, orgulhoso, sorriu e conduziu o filho para ele ver como tinha ficado todo o espaço. Alguns colegas de Jules já tinham chegado. Quando o viram, foram ter com ele e logo o pai se afastou subtilmente.
Rogers
- Segundo o que o meu pai me disse, os tipos não vão servir álcool…. Pelo menos não por agora… - respondeu Jules, levemente acabrunhado. Ele e Rogers não eram muito chegados.
- Oh, isso é o que ele diz! Aquela tipa ali, ela sabe fazer boas misturas! E mais logo, mais à noitinha, vou dar uma volta com ela! - congratulou-se Rogers, piscando o olho a uma das barmaids.
Rogers tinha, até certo ponto, razão. Apesar do pai de Jules não querer que fossem servidas bebidas com álcool, os adolescentes souberam contornar a questão, trazendo bebidas às escondidas, misturando-as com os cocktails que as barmaids serviam. A festa foi crescendo, à medida que muitos outros colegas de Jules foram chegando.
As horas passaram a correr. A noite cedo deu lugar ao dia e nas ruas de Grace Falls, as crianças passeavam em grupos, fantasiadas e animadas com a busca de doces típica do Halloween. Maurice e Eddie recebiam as crianças que vinham bater à casa de Jules, entregando-lhes doces, fatias de pizza, bolos e canetas da empresa de Eddie. Muitos dos colegas de Jules já estavam a divertir-se, a rir e a dançar, no jardim por detrás da casa, junto da piscina, onde o DJ tinha montado a sua mesa.
A um recanto, alguns rapazes e raparigas fumavam charros, discretamente. Jules, como anfitrião, circulava entre todos os grupinhos. Todos queriam que ele bebesse e fumasse, para celebrar o dia. Apesar dele tentar evitar fazê-lo, a verdade é que ele começava a ficar “tocado” e ainda nem tinha soprado as velas! O pai observava tudo à distância. Estava aborrecido por ver que alguns jovens estavam já a fazer figuras tristes, rindo alto e contando piadas bastante porcas, mas Maurice relembrou-lhe, mais do que uma vez, que eram adolescentes e que aquela era a forma deles se divertirem.
Por volta das 22 horas, bateram à porta de Jules e este foi abrir, pensando que seria Matoskah. Porém, Jules teve uma surpresa: quem estava à porta não era Matoskah, mas sim Michelle, a sua ex-namorada. Para piorar as coisas, ela não vinha sozinha. Vinha muito bem-acompanhada por um dos capitães do futebol do liceu, Rick Blass, um atraente rapaz, com quase um metro e noventa.
Rick Blass, um dos Capitães de Futebol do Liceu de Grace Falls!
Michelle aproximou-se de Jules, deu-lhe dois beijos na face e disse:
- Olá Jules! Grande festa! Parabéns! Presumo que conheces o Rick? Ele é o meu novo namorado!
- Já nos conhecemos de vista. Prazer, Rick! - respondeu Jules com azedume.
- Obrigado! Parabéns pá! Está brutal o ambiente ali no jardim! Gostei muito! - comentou Rick.
- A que horas é que tu sopras as velas, Jules? Eu e o Rick não vamos demorar-nos, mas quisemos passar por aqui para te felicitar e dar a nossa prenda… - Michelle entregou um saco que continha um perfume que ela sabia que Jules gostava muito.
- Obrigado por virem e obrigado pela prenda! Quanto a isso, é mais daqui a bocado… - Jules estava a ficar cheio de ciúmes pela forma como Michelle lhe atirava à cara que tinha superado o fim da relação tão depressa.
- Ainda bem que gostaste da prenda… - sorriu Michelle, de forma provocante.
Como o ambiente começasse a ficar pesado, Rick rematou:
- Olha “bro”, vamos dar uma voltinha por aí, ok? Até já!
- Força! Divirtam-se! - respondeu Jules, enquanto Michelle dava um beijo a Rick e dava-lhe as mãos, seguindo juntos para dentro de casa de Jules.
Às vinte e duas e vinte, Jules recebeu um telefonema da mãe e da irmã a felicitá-lo. A tempestade afinal não tinha atingido San Diego, já que mudara de direcção quando ainda estava sobre o mar. Suspirando aliviado, Jules aproximou-se de um dos bares e começou a conversar com uma das barmaids, durante muito tempo. Desabafava, enquanto pedia bebidas umas atrás das outras, até que o pai lhe tocou no ombro:
- Acho que devias cantar os parabéns e partir o bolo. Começa a ficar tarde, Jules. Amanhã tens escola…
- Que eu saiba, amanhã é feriado! - respondeu Jules com alguma rispidez, bebendo o copo que tinha na mão de um só trago.
- Não gostei desse tom de voz, Jules Sullivan! Eu não sou nenhum dos teus colegas, eu sou o teu pai! Vê lá se queres ficar de castigo antes da festa acabar! - ameaçou o pai.
Suspirando aborrecido, Jules pediu outra bebida, olhou para o pai e respondeu:
- Desculpa lá…. Estou chateado, só isso!
- Que se passa para estares chateado? Tens aqui todos os teus amigos e colegas! E todos eles estão a gostar da festa! - comentou Eddie.
Naquele momento, Jules sentiu uma enorme vontade dizer ao pai que a única pessoa que ele queria ter ali era Matoskah. Inesperadamente, Maurice interrompeu a conversa dos dois, dizendo que Jules tinha alguém à espera, à porta de casa.
- Já é quase meia-noite! Quem será a esta hora? - questionaram-se pai e filho, seguindo para o hall de entrada.
Para alegria de Jules, quem se encontrava à entrada de casa era Matoskah! Feliz por vê-lo, Jules gritou: “Matoskah! Sempre vieste!” e abraçou-o intensamente. O gesto não passou despercebido a Eddie, que abanou a cabeça. Matoskah retribuiu o abraço com alguma brusquidão, ficando surpreso com a alegria de Jules em vê-lo.
- Boa noite, senhor Sullivan, boa noite Jules. Desculpem-me por chegar tão tarde. O meu irmão está doente e o meu pai só chegou a casa à bocadinho. Eu nem era para vir, mas como ouvi música, decidi passar por aqui para te dar a tua prenda… - declarou Matoskah, com serenidade.
Eddie sorriu e cumprimentou o jovem, convidando-o a entrar:
- Sê bem-vindo, Matoskah! Então que se passa com o teu irmão?
- Apanhou um resfriado. Nada demais, mas a febre não baixou durante o dia, só ao anoitecer. Sabe, nós não tomamos essas drogas que vocês usam para se tratarem. Mas as nossas ervas por vezes demoram a fazer efeito. Felizmente, ele agora está um pouco melhor e a dormir tranquilamente.
Virando-se para Jules, sorriu e disse:
- Parabéns! Espero que gostes da minha prenda! - Matoskah entregou um saco grande a Jules que, de imediato, pegou no que estava lá dentro movido pela curiosidade.
Com o alarido que Jules havia feito, momentos antes, muitos dos convidados da festa tinham vindo ver o que se tinha passado e assistiam a tudo, cochichando baixinho:
- Olha, o índio também veio!
- Já reparaste que os dois estão descalços?
- Olha, não tinha reparado, não! Realmente! O Jules ‘tá a ficar apanhadinho!
- Lol! És tão parvo!
- Olha, se eu soubesse, tinha comprado uns chinelos ao Jules, ah ah ah!
- Eu também! Eh eh eh eh!
- Já agora um par para o índio também! Ah ah ah ah!
Jules desembrulhou a prenda que Matoskah lhe oferecera. Dentro do embrulho estava uma capa castanho-escura, cosida de forma artesanal. Os colegas e amigos de Jules desataram a rir quando viram a prenda e alguns foram logo a correr para o jardim traseiro contar o que se estava a passar, atraindo a atenção de toda a gente, que de imediato se deslocou à sala. Olhando surpreendido para o estranho presente, Jules perguntou:
- Obrigado Matoskah! Hããã… O que é isto?
Matoskah ficou bastante incomodado por ver que todos o observavam com ar gozão. Alguns já nem se importavam de falar em voz alta o que lhes passava na cabeça, consequência de uma mente toldada pelo álcool.
- Isso é uma capa para o Inverno! Feita com pele de bisonte! É um costume da minha tribo dar uma capa destas aos rapazes que atingem a maioridade!
- Ah ah ah ah ah ah! Tu ouviste-me aquilo? Maioridade! - gracejou Rogers. - E já nem existem bisontes, pá!
- Sim, maioridade! Na minha tribo, um rapaz torna-se homem aos 17 anos! E quanto aos bisontes, existem sim! Só que não são é fáceis de encontrar! - respondeu Matoskah, chateado.
- Pois, eles até são uns bichinhos pequeninos, não é? - comentou uma rapariga, provocando a risota geral.
- Eles vivem em reservas, caso não saibas! E é-nos permitido caçar alguns, que são criados para ocasiões especiais! - comentou Matoskah, começando a enervar-se.
- Ai…! Que nojo! Matar os animais por desporto e prazer! Isso é horrível! - comentou Michelle, recebendo a aprovação e aplausos por parte dos colegas.
- Seja como for… - interrompeu Eddie - Vamos cantar os parabéns ao nosso aniversariante! Está na hora dele soprar as velas e ver a prenda que eu tenho para ele!
- Assim é que se fala! Viva o senhor Sullivan! ‘Bora lá! - responderam os colegas e amigos de Jules, agarrando nele e levando-o para o jardim em frente da piscina, onde Maurice os aguardava com um grande bolo iluminado por dezassete velas.
- “Parabéns a você, nesta data querida…” - gritaram todos em coro, fazendo um enorme estardalhaço.
Depois de cantarem os parabéns, Jules soprou as velas e o pai foi buscar a prenda que tinha para ele - uma mota! Os colegas e amigos começaram a bater palmas e Jules abraçou o pai, entusiasmado!
A prenda que Eddie Sullivan deu ao filho no seu 17º aniversário!
A mota era uma Suzuki GT 750, em tons azuis-esverdeados, que contrastavam lindamente com as partes metalizadas do resto da mota! Já não se fabricava aquele modelo, pelo que o pai tinha tido bastante trabalho a encontrar e mandar restaurar uma moto daquelas! Estava como nova! Jules, em êxtase, montou na mota, ligou-a e começou a manejá-la, todo feliz! Os amigos e colegas rodearam-no e todos quiseram tirar selfies com Jules! Alguns quiseram mesmo sentar-se na mota com ele para experimentar!
Estou a gostar :)
ResponderEliminarEsta trama ficou muito boa! :3
EliminarLaura Sullivan (aka Bree Vandekamp - loved her in DH) 🔥
ResponderEliminarAlso, Rogers and Rick are FINE. 😛
I really miss DH! What a great series it was. Bree [Marcia Cross] made an amazing performance in that series. She falls from "Beauty to Beastial" in a few seasons. She had a son called Andrew [Shawn Pyfrom] that turned out to be gay, at least in the series.
EliminarBtw, there were in that series a couple of twins, Preston and Porter [Max and Charlie Carver], who were two of the sons of Lynete [Felicity Huffman]. Charlie Carver got out of the closet in 2016. :D
I really aprreciate the photo I choosed for Rick. What an amazing lad! <3