Capítulo 19
A notícia que a Mão Divina tinha sido apanhada em flagrante espalhou-se rapidamente pela cidade. Dezenas de telemóveis começaram a tocar em poucos minutos, todos de pessoas que, directa e indirectamente, estavam a trabalhar nas investigações. Quando Shappa recebeu a novidade, ela foi levar Bianca a casa, não dando tempo para que esta soubesse de mais nada.
- Daqui a pouco saberás pelas notícias, minha querida! Adeus! - gritou Shappa, ao despedir-se e partir a grande velocidade.
Numa das chamadas feitas alguns minutos mais tarde, uma voz metálica comentou:
- “Apanharam aquele idiota. Como é que ele foi capaz de se deixar capturar tão facilmente?”
Em resposta, várias vozes responderam de imediato:
- “Ele, de todos nós, era o mais inocente e fraquinho. Cumpriu a sua parte. Pelo menos, não nos atraiçoará.”
- “Têm a certeza disso?” - questionou a primeira voz.
- “Eu vou visitá-lo imediatamente…. Deixarei uma prendinha para ele e apagarei as provas que ele possa ter deixado para trás. Não tivemos tanto trabalho para agora tudo cair por terra.” - declarou uma voz suave, perante uma exclamação afirmativa de quem participava na conversa.
- “A Agatha como ficou?” - perguntou novamente a primeira voz.
- “Ainda está viva, mas logo à noite tratarei pessoalmente da saúde dela…” - afirmou outra voz, divertida.
- “Não podemos cometer mais erros! Apesar de tudo estar a nosso favor, não podemos dar-nos ao luxo de cometer erros! O Messias não nos perdoará tamanha desfaçatez!” - ordenou a voz metálica, com ar zangado.
- “Tudo corre conforme o plano. Entretanto, pelo que conseguimos obter do computador do Jules, ele não tinha nada de especial. Era apenas um miúdo doente como os restantes! Só isso!” - suspirou outra voz, com ar aborrecido.
- “Ainda assim, alguma coisa nos está a escapar. Aquela fedelha, a Bianca, é ela quem tem descoberto as coisas sobre nós! Alguma coisa nos falhou no plano!”
- “Ela quer saber porquê que o irmão se suicidou. Mas também não tem tido melhor sorte do que todos os outros. E está longe de fazer a ligação. A única que soube de algo foi a Cher e essa já teve o final que merecia! Quem é que a mandou ser uma idiota metediça?”
- “Pudera! O nosso plano é infalível! Ainda assim, é melhor colocar a Bianca na nossa ementa: ela será o prato final que vamos degustar em Grace Falls! Ah ah ah ah ah!” - rematou a voz metálica, desligando de seguida.
Quando Bianca entrou em casa, para sua surpresa deparou-se com Maurice e o seu pai, que tinham regressado juntos à cidade. Bianca chorou emocionada nos braços dos dois, que ficaram com ela a conversar durante muito tempo. Eddie estava muito perturbado com a morte inesperada da mulher e desejava sair da cidade o mais depressa possível. Estavam eles a conversar sobre o local onde iriam jantar naquele dia, quando de repente, ouviu-se uma violenta explosão.
- Ó meu Deus! O que foi aquilo? - questionou Maurice, benzendo-se.
Eddie ligou a televisão, enquanto Bianca foi à janela. Uma coluna de fumo erguia-se nos céus, não muito longe dali. Na televisão, Mitch, o repórter da GFNews, falava com ar grave.
- “Foi capturado hoje aquele que a polícia acredita ser a pessoa por detrás da Mão Divina. Depois de assaltar, agredir e violar Agatha, a médium da cidade, alguém entrou na loja que Agatha tem e manietou o violador, que tinha consigo uma marca idêntica aquela que é reconhecida como sendo a marca da Mão Divina. O suspeito é… Nada mais, nada menos do que Théo, o jovem farmacêutico da cidade, que terá de prestar contas pelo que fez a Agatha. Théo foi também acusado da morte do doutor Michael, uma vez que ele era conhecido por dar injecções a pacientes por toda a cidade. Relembro que o doutor Michael foi morto de forma macabra, tendo sido decepado enquanto ainda estava vivo, graças a uma série de injecções que levou.”
Bianca gemeu ao ver imagens de Théo a ser levado por agentes do FBI, para uma carrinha blindada. Várias pessoas gritavam e atiravam-lhe coisas, mas Théo aparentemente não se importava com isso. Ele sorria para a multidão, divertido.
- “Vocês podem ter-me apanhado, mas nada vai acabar com o que eu comecei! Este mundo está podre! Vocês vão ser todos punidos! Mão Divina para sempre!” - gritou Théo, triunfante, retirando um frasco do bolso e bebendo o seu conteúdo!
De imediato, Théo começou a espumar e a esbracejar. As imagens foram cortadas e a emissão regressou ao estúdio, onde Mitch anunciava com ar grave:
- “Senhores telespectadores, temos várias notícias de última hora! A primeira é que Théo, o jovem farmacêutico da nossa cidade, chegou já sem vida ao hospital! As equipas forenses desconfiam que ele tenha ingerido arsénio ou algum outro veneno extremamente letal, para não ser obrigado a falar o que sabia! Entretanto, enquanto as autoridades o levavam para o hospital a fim de ele ser examinado, ficou-se a saber que Agatha, a vítima mais recente da Mão Divina, desapareceu! Ninguém sabe como, mas ela não se encontra no quarto onde estava hospitalizada! Como se tudo isto não bastasse, acabamos de saber que ocorreu uma enorme explosão na farmácia que a família de Théo geria na cidade. Ao que tudo indica, não houve vítimas mortais, já que não se encontrava ninguém nas redondezas, mas a explosão demoliu completamente o edifício! Foram já destacadas equipas para o local, a fim de investigarem o que aconteceu!”
- Chega! Isto já é demais! Vamos embora quer tu queiras, quer não, Bianca! - resmungou Eddie, com ar zangado. - Esta cidade tornou-se insuportável! Vamos começar uma vida nova lá em Washington!
- Tu podes ir, pai! Eu não vou! Não pelo menos até esclarecer umas coisas! - resmungou Bianca, entre choros. - Estou farta de mentiras e segredos! Eu quero descobrir o que aconteceu com o Jules! E com a mãe também!
- E vai fazer alguma diferença agora? Achas que ficar nesta maldita cidade vai mudar alguma coisa, Bianca? - inquiriu Eddie.
- O meu sexto sentido diz-me que sim, pai! Além de que… - Bianca calou-se.
- O teu sexto sentido? Desde quando é que tu acreditas nessas coisas? Acho que andas a ver muitos filmes, filha!
Bianca fez finca-pé.
- Pai… Eu entendo se tu quiseres ir embora. Somos ambos adultos e cada um de nós tem a sua maneira de ver e sentir as coisas. Sempre foste um pai ausente, de qualquer das formas. Não vai fazer muita diferença agora, no fim de contas. Tu não entendes aquilo que eu estou a sentir!
- Explica-me, então!
- Eu estou a conhecer um Jules que nem eu, nem tu, nem ninguém, provavelmente conhecia. E sabes como? Através deste diário! - afirmou Bianca, tirando o diário da sua mala. - O Jules sofreu bastante em silêncio, porque todos nós não estivemos atentos à sua dor! Tu sabias que ele se cortava com frequência? Tu sabias que ele sofria por ser rejeitado pelos amigos?
Maurice sentou-se no sofá, destroçada. Eddie olhava para Bianca e Maurice, com o rosto pálido como a cal.
- O que queres dizer com isso, Bianca? E que se passa contigo, Maurice? Existe alguma coisa que eu deva saber? - questionou Eddie, quase sem voz.
Maurice fungou e depois de se assoar, respondeu:
- Eu sabia que o menino Jules não andava bem… Eu vi muitos papéis ensanguentados no caixote do lixo, mas ele garantia-me que eram hemorragias nasais… Há muito tempo que a única coisa que o mantinha com um brilho nos olhos era aquele menino indígena… Quando se falava nele, parecia que o menino Jules rejuvenescia, aqueles olhos, aquele rosto…. Iluminavam-se imediatamente! Ele gostava muito do jovem Matoskah!
- Lá isso é verdade… Ele tinha uma admiração enorme pelo rapaz, até passou a andar descalço por culpa dele. - gracejou Eddie, com um sorriso.
Bianca levantou-se, pegou no tablet e mostrou ao pai.
- Olha pai! Olha o que andavam a falar do Jules na rede social “Shhhh!”!
Chocado, Eddie leu algumas dezenas de comentários. Lágrimas corriam pelo seu rosto. Em silêncio, ele virou costas e disse:
- Eu vou-me embora… Se precisarem de mim, estarei em Washington. Lamento imenso por ter sido um péssimo pai…. Espero que um dia me consigas perdoar…
- Espera, pai! Espera! Não foi nada disso que eu quis dizer! - gritou Bianca, mas Eddie meteu-se no carro e arrancou imediatamente.
Maurice abraçou Bianca, que chorava copiosamente, infeliz.
- O seu pai está a ser vítima de muita pressão. Tem de ser mais paciente com ele…
- E eu, Maurice? Como suporto eu toda esta dor e agonia?
- Reze muito, minha querida! Tenha fé e reze muito! Estranhos são os caminhos do Senhor, nosso Deus! Mas ele sabe que aqueles que provarem a sua lealdade, serão recebidos no Céu! Eu vou preparar algo para a menina comer! Vá tomar um banho!
Obedecendo, Bianca assim o fez. Enquanto se banhava, pensava em tudo o que tinha acontecido. Alguma coisa não batia certo naquela história. Qual teria sido a motivação de Théo? Porquê violar Agatha? Depois de tanto tempo juntos, custava-lhe a crer que Théo fosse capaz de fazer mal a uma mosca. No entanto, ela não podia negar que este tinha efectivamente, violado Agatha. Vendo-se encurralado, tinha-se suicidado. Ainda assim, Bianca sentia que algo estava errado. Restava saber o quê.
Mais calma, Bianca jantou na companhia de Maurice. Eddie ligou-lhe, pouco antes de dormir, a pedir desculpas e a dizer-lhe para ir ter com ele. Bianca mostrou-se inflexível.
- Desculpa pai, mas eu só vou embora quando souber o que realmente aconteceu! Eu tenho a certeza que a resposta que procuro está aqui, no diário! Já falta pouco! Em breve saberei e irei ter contigo! Preciso ainda de falar com umas pessoas!
*5 de Agosto de 2017*
Bianca já tinha confrontado quase todos os colegas de Jules. Alguns, envergonhados, reconheceram os escritos nas redes sociais e pediram-lhe desculpas. Naquela tarde, Bianca finalmente encontrara Roger, que ela desconfiava ser o autor de grande parte dos comentários odiosos nas redes sociais. Roger estava numa esplanada, rodeado de amigos. Desde que Jules tinha caído em desgraça que Roger se tornara um dos rapazes mais populares da cidade. Quando confrontado por Bianca, este respondeu-lhe com desdém:
- O que interessa isso agora? O teu irmão já morreu, não foi? Se ele morreu, foi porque era um fraco, porque não sabia suportar as críticas! Ele era um merdas, que andava sempre acompanhado do guarda-costas, aquele índio maluco que mais parecia um macaco no funeral do teu irmão! O teu irmão tornou-se um miserável! Até passou a andar descalço só para agradar aos macaquinhos com penas na cabeça!
Todos os colegas que estavam com Roger riram-se com aquele comentário e alguns até aplaudiram-no. Ao escutar aquilo, Bianca perdeu as estribeiras e pregou um par de estalos a Roger.
- Olha lá, deves achar-te o maior, não? O gajo com mais tomates aqui na zona! Pois bem, ficas a saber uma coisa: se continuares a agir assim, tu nunca vais ser ninguém na vida! Não passas de um puto mimado, um puto invejoso, ranhoso, que tem a mania que é bom! Tu és um miúdo inseguro e provavelmente és um rapaz homofóbico, só porque tens vergonha de assumir a sua homossexualidade! És um triste! Podes ter a certeza disso! O meu irmão era gay. E depois? O que tens tu a ver com isso? Incomoda-te? Tens raiva porque ele não se fazia a ti? Roger, arranja uma vida e deixa de estragar a vida aos outros! Idiota!
Roger levantou-se e agarrou os braços de Bianca.
- Olha lá, minha cabra…! Que tenha sido a última vez que me ameaças e falas nesse tom, ouviste?
- Senão o quê? - perguntou uma voz.
Todos se voltaram. Era Chayton. Estava com um ar bastante zangado.
- Eu ouvi toda a vossa conversa! Eu aconselho-vos a todos a sumirem daqui imediatamente, se não querem ir presos! Eu sou advogado e podem ter a certeza de que este “macaco” vos coloca na cadeia em três tempos! - vociferou.
Roger e o seu bando levantaram-se a correr, assustados! Chayton estava com um ar ameaçador. Bianca encolheu-se. Nunca tinha ouvido Chayton falar num tom tão agressivo!
- Bianca…. Desculpa se te assustei…
- Senhor Chayton! Mas que surpresa! Há dias que não sei da sua esposa! Já estou farta de lhe ligar, mas o telemóvel está sempre desligado!
- Sim, eu sei. Foi por isso que regressei à cidade. Vim transmitir-te um recado… Não podemos falar mais pelo telemóvel, as linhas estão a ser monitorizadas. Antes de mais, bonitas palavras as que disseste há bocadinho. Eu já estou a par de tudo o que se anda a passar. Lamento imenso que estejas a descobrir tudo isto sobre o teu irmão assim. Ele deveria ter tido a coragem para se abrir contigo…
- É isso que eu não percebo! Porquê? Porquê que o Jules não me contou nada?
- A nossa opinião… É que o Jules tinha tanto medo de ser rejeitado que preferiu suportar o peso deste fardo sozinho. Ele tinha medo de que vocês deixassem de gostar dele, sabes? Mesmo com os meus filhos, ele por vezes não sabia gerir os seus sentimentos. Ora aproximava-se, ora afastava-se. Ele ainda não sabia bem onde se encaixar.
- Ele podia ter falado, caramba! Eu teria ajudado, de alguma forma! - rematou Bianca, pesarosa.
- Estarias tu em condições de o ajudar? De acordo com o que me contou a minha esposa, tu ainda estás a digerir o facto de o teu irmão ser gay…
- ‘Tá bem, ‘tá bem…. É verdade. Ele era gay. E depois? Inicialmente isso foi um choque para mim, porque me habituei a vê-lo sempre rodeado de raparigas bonitas, a ser sempre educado e sensível. Ele era um rapaz lindo e muito charmoso. Mas…
- Mas…?
- Ele afinal estava apaixonado por um rapaz… E chegou inclusivamente a ter algo com o seu filho Matoskah. - confessou Bianca, envergonhada.
- Sim, eu soube disso. Ainda nos rimos um pouco com a situação caricata em que o Jules e o Matoskah foram apanhados pelo Takoda. São coisas da vida. O mais importante era que o Jules finalmente tinha encontrado o seu lugar no ciclo da vida.
- Se assim é, não acha estranho que ele tenha cometido suicídio?
- Talvez ele tenha achado o seu lugar, mas não o tenha aceitado. Sabes, Bianca? A vida é simples, mas nós, os seres humanos, temos tendência a complicá-la com os nossos medos, os nossos egos, as nossas necessidades de agradar aos outros…
- Você agora parece a Shappa a falar… E por falar nisso, o senhor sabe aonde é que ela está?
- É por esse mesmo motivo que eu vim aqui à cidade, minha filha. A minha esposa está num acampamento de uma tribo nossa aliada, em segurança. Ela levou a Agatha para lá, assim que ambas se aperceberam que corriam perigo aqui na cidade. O pesadelo ainda não acabou. A Mão Divina pode ter sido capturada, mas elas desconfiam que exista mais uma pessoa pelo menos, envolvida nisto. Desconfiam que a pessoa que é a verdadeira Mão Divina ainda está por aí, à solta. Acham que a captura de Théo foi apenas uma manobra de diversão. O modus operandi encaixa e ao mesmo tempo não encaixa no perfil da Mão Divina. O facto de ele ter-se suicidado à vista de todos demonstra uma profunda convicção no que estava a fazer. E isso é assustador. O Théo preferiu morrer a falar o que sabia. A minha esposa e a Agatha fazem questão que tu me acompanhes, pois aqui não estás mais em segurança.
Bianca sorriu e negou com a cabeça.
- Eu agradeço a vossa preocupação, mas vou ter de recusar o pedido. Eu já sei o que tenho de fazer. Eu serei o isco para capturar a Mão Divina. Tenho a certeza de que o diário do meu irmão contém as pistas que me faltam para saber tudo. O Théo pode ter sido apanhado, mas concordo que ele pode não ter agido sozinho. Tem cúmplices, estou certa disso.
Chayton levantou-se, verdadeiramente impressionado.
- Filha, vejo nos teus olhos que diga eu o que disser, nada te demoverá. Só te posso desejar boa sorte e pedir aos Grandes Espíritos que te protejam e te conduzam à vitória.
- Obrigado.
Com uma vénia, Chayton aproximou-se de Bianca e deu-lhe um forte abraço.
- Por favor Bianca, tem cuidado contigo. Oxalá descubras as respostas que procuras!
- Eu vou já tratar disso! - respondeu esta com um sorriso.
Passados alguns minutos, Bianca estava fechada no seu quarto, abrindo o diário do irmão.
*Diário de Jules, Página 237*
“Querido diário,
Depois de muitas dúvidas e discussões com o Matoskah, acabei por ceder à tentação. Criei um perfil no Finder.
O Finder é um aplicativo para homens gays conhecerem outros homens gays. Já tinha ouvido falar muito deste aplicativo, mas sempre tive repulsa em utilizá-lo. Afinal, a minha ideia de aplicativos gays é a de que os homens que os usam só têm um objectivo em mente: foder.
E para foder, ora foda-se, tenho o Matoskah. Aquele parece que anda sempre com o pau ao alto. Mal me vê, fica logo excitado e não consegue disfarçar essa alegria.
Ok…. Confesso que eu também fico excitado por vê-lo excitado! É bom demais!
Agrada-me sentir-me assim, tão amado e desejado.
O problema é que ele só pensa naquilo. Trocamos uns beijos e pronto, já quer que eu faça aquilo, já quer meter-me aquele fenómeno da natureza dentro de mim.
Enfim….
Falta-lhe romantismo.
Já estou cansado de lhe chamar a atenção disso, mas acho que ele é assim e eu tenho de aceitar. Não posso negar que quando quer, o Matoskah consegue ser mais paciente e romântico.
Claro que para isso, ele precisa de se aliviar primeiro. Quando ele está mais “relaxado”, as coisas tendem a ser mais prazerosas para mim também.
Enfim.
Tive outra discussão absurda com ele. Desta vez porque eu me queixei de estar com dores e ainda assim ele me provocar. Acabamos por nos masturbarmos mutuamente e como se não bastasse, ele atirou-me a t-shirt com os “vestígios finais” à cara, enquanto se ria, satisfeito e com um ar safado.
Oh pah, desta vez levei a mal.
Senti-me usado.
Senti-me lixo.
Sei lá….
Senti-me mal.
Não gostei.
Virei costas e saltei para a mota. Ele ainda veio a correr atrás de mim, mas acelerei o mais que pude. Quis castigá-lo e mostrar-lhe que estava magoado. Ele ainda conseguiu acompanhar-me durante algum tempo, mas depois ficou para trás.
Quando cheguei a casa, ele já lá estava à minha espera. Pediu-me desculpas, depois de eu contar-lhe o que se tinha passado para ter-lhe virado costas. No entanto, ele agarrou-me e cedo senti o seu desejo a despertar entre as suas vestes. Chateado, disse-lhe para pensar mais com a cabeça de cima e menos com a de baixo e pronto, ele foi-se embora, fodido comigo.
Eu decidi pegar no telemóvel e saquei o Finder.
Não tardou para começar a receber mensagens ridículas, de alguns homens que me enviavam fotos dos seus “tesouros” e queriam que eu mandasse do meu, em troca.
Outros, mais directos, diziam que eu era “bom como o milho” e que queriam fazer sexo comigo.
De início, ainda fui respondendo educadamente a todos eles, mas aquilo deixou-me ainda mais frustrado do que eu já me sentia.
Eu só queria conhecer alguém de jeito, que compreendesse o que eu sentia e que não quisesse só sexo.”
[Continua...]
Continuo encantado, muito bom este post e esta história ;)
ResponderEliminarObrigado Francisco! :D
EliminarA imaginação do rapaz é algo muito fértil ... que maravilha!
ResponderEliminarEstou a tentar e a história que se segue a esta será ainda mais emocionante e empolgante! ;D
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