Foi n'uma tarde de Julho.
Conversávamos a mêdo,
- Receios de trahir
Um tristissimo segrêdo.
Sim, duvidávamos ambos:
Elle não sabia bem
Que o amava loucamente
Como nunca amei ninguem.
E eu não acreditava
Que era por mim que o seu olhar
De lagrimas se toldava...
Mas, a duvida perdeu-se;
Fallou alto o coração!
- E as nossas taças
Foram erguidas
Com infinita perturbação!
Os nossos braços
Formaram laços.
E, aos beijos, ébrios, tombámos;
- Cheios d'amôr e de vinho!
(Uma suplica soáva:)
«Agora... morre commigo,
Meu amôr, meu amôr... devagarinho!...»
Poema "Foi n'uma Tarde de Julho" da autoria de António Botto [17/08/1897 ~ 16/03/1959], pertencente à obra "Canções", uma obra de conteúdo homossexual, que chocou a sociedade portuguesa nos anos 20 do século passado.
Coisa linda sob todos os aspectos ... você me entende não é? rs
ResponderEliminarEntendo-te completamente! :D
EliminarGrande naco para acompanhar com um bom vinho :)
ResponderEliminarUm verdadeiro dois em um! ;D
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