Capítulo 5
Hórus acordou muitas horas mais tarde. Sentia-se leve, muito leve. No entanto, continuava cheio de dores. Quando tocou no seu peito, não pôde evitar um gemido ténue e envergonhado.
- Já acordaste? A soneca foi boa? - perguntou Árion, com ar brincalhão.
- Oh, pensei que ia ficar totalmente bom, mas ainda continuo com dores. Sinto-me melhor... Mas... Há qualquer coisa que não está bem...
De repente, o deus Hórus sentiu-se muito cansado e pesado. Escorregou para o chão e perdeu os sentidos.
- Hey! Estás bem? Ajudem! Precisamos de ajuda aqui! - gritou Árion.
Enquanto aguardava por ajuda, o cavalo alado aconchegou Hórus para debaixo das suas asas. O corpo do deus estava a ficar cada vez mais negro. Ao escutarem os gritos de Árion, várias entidades acorreram de imediato. Karran e Hilarion estavam entre elas. Aproximaram-se de Árion e de Hórus. Hilarion estendeu as suas mãos a Árion e Hórus e enquanto transmitia a sua energia de cura, comentou:
- Nada temas, amado Árion. É verdade que Hórus corre risco de vida, mas isso deve-se ao mal que o atacou. Está a consumi-lo por dentro. Não temos tecnologia para combater tamanho flagelo.
- Acabaste de dizer para nada temer! Como? Não existe cura para este mal! Em que ficamos? E já agora, como é que te chamas? - inquiriu Árion, enraivecido.
Hilarion fez-lhe uma vénia.
- Tens toda a razão. Lamento imenso. O meu nome é Hilarion, sou o Mestre da Chama Verde, a Chama da Verdade e da Cura Divina. Infelizmente, nem eu possuo o poder para curar o nosso amado Hórus. Mas, existe uma solução.
- E qual é? - perguntou Árion, um pouco mais calmo.
- Hórus é um deus. Logo, se recuperar aquilo que lhe foi dado, certamente conseguirá algo que está acima dos nossos limites. Algo que só o próprio Criador poderia fazer.
Hórus abriu os olhos e escutava atentamente a conversa. De repente, ele sussurrou:
- Resumidamente, tenho de recuperar a minha Ankh...
Karran sorriu.
- Astuto como sempre, meu amado Hórus! É isso mesmo! Tens de recuperar o teu selo divino! Acreditamos que essa seja a única forma de te curares da enfermidade que estás a sofrer!
Hórus baixou a cabeça.
- Eu ofereci-a em tempos. Ela, neste momento, há-de estar no Planeta Terra... Por acaso, oferecia-a ao rapaz a quem tenho de entregar o Tridente de Neptuno...
Hilarion e Karran trocaram olhares! Seria um sinal?
- A sorte está do teu lado, Hórus! - congratulou-se Karran, aproximando-se deste e ajoelhando-se à beira dele. Tu tens de partir para o Planeta Terra! Deverás entrar em contacto com o teu filho Mikel, entregar-lhe o Tridente de Neptuno, explicar-lhe a situação por alto! Depois disso, ele mesmo deve entregar-te a Chave Ankh de livre e espontânea vontade. Só assim conseguirás recuperar deste flagelo que te consome!
- Como é que eu vou fazer com que ele me devolva a chave assim, de livre e espontânea vontade? - perguntou Hórus, um bocado aborrecido.
Ele não gostava de ser moço de recados, nem de receber ordens de ninguém.
- Ele não é burro nenhum, até porque é o teu filho. Ele saberá que tu precisarás da chave, é só uma questão de ele “despertar”. E sim, estás autorizado a isso. Desejo-te muita sorte. - concluiu Karran, levantando-se e virando costas.
- Ele é sempre assim? - perguntaram Hórus e Árion ao mesmo tempo.
Hilarion que olhou para eles surpreendido. Os três começaram a rir-se.
- Não levem a mal, meus amados amigos. O comandante Karran tem muitas responsabilidades e tenta lidar com tudo ao mesmo tempo, não é fácil estar na posição dele. Mas... Sim, creio que posso admitir que ele por vezes é um bocadinho...
- Desagradável. - respondeu Hórus com um sorriso.
Hilarion nada disse. Levantou-se e abrindo uma enorme tela, começou a explicar a Hórus e a Árion quais seriam os próximos passos a serem dados. Árion iria ficar ali na nave, a treinar com os Mestres Ascensos, pois em breve as habilidades dele seriam necessárias. Hórus seguiria para a Dimensão Terrestre, onde iria ter com o seu filho Mikel, entregar-lhe-ia o Tridente de Neptuno e o punha a par dos mais recentes acontecimentos. Deveria também informá-lo sobre o que lhe iria acontecer nos tempos mais próximos e quais os passos que teria de tomar para que a sua missão fosse bem-sucedida. Depois disso, Hórus deveria regressar à nave para recuperar as forças e treinar.
- Alguma dúvida? - perguntou Hilarion depois de falar durante imenso tempo, tanto que Árion como Hórus quase adormeceram.
- Só tenho uma. Quando parto? - inquiriu Hórus, levantando-se mais animado por ver que o discurso tinha finalmente chegado ao fim.
Sendo um deus da guerra e acção, apesar de doente e ferido, ele já sentia o gosto pela aventura a entrar dentro do seu espírito!
- Partes imediatamente, amado Hórus! Boa sorte! - foi a resposta de Hilarion, sorrindo e dizendo-lhe adeus, abrindo as mãos e lançando uma esfera de energia contra Hórus.
No segundo seguinte, Hórus estava a entrar num portal e a ser envolvido pelas poeiras do Tempo e do Espaço! Sentia o seu corpo a ficar a cada momento que passava, mais pesado. Estava a descer nas vibrações! Não tardaria a chegar à 3ª Vibração, onde ficava o Planeta Terra! À medida que descia, as suas dores aumentavam. Ele gritava que nem um louco, as dores tornaram-se insuportáveis, queimando-o por dentro. Pela primeira vez na vida, Hórus desejou ser mortal, para assim poder morrer e acabar com aquela agonia!
De repente, tudo parou. Abriu os olhos.
Estava em frente a uma moradia terrena. Não havia sinais de humanos nas redondezas, mas havia traços inequívocos de energia mágica. Aquela era, sem dúvida, a casa de Mikel! Eis que, do nada, apareceu um lobo de médio porte, azul celeste, uma raposa de porte pequeno, castanha-alaranjada, um dragão verde a voar pelos céus e uma fénix resplandecente. Todos eles o miravam com um olhar ameaçador. O lobo e a raposa rosnavam baixinho.
- Não levem a mal, meus amados amigos. O comandante Karran tem muitas responsabilidades e tenta lidar com tudo ao mesmo tempo, não é fácil estar na posição dele. Mas... Sim, creio que posso admitir que ele por vezes é um bocadinho...
- Desagradável. - respondeu Hórus com um sorriso.
Hilarion nada disse. Levantou-se e abrindo uma enorme tela, começou a explicar a Hórus e a Árion quais seriam os próximos passos a serem dados. Árion iria ficar ali na nave, a treinar com os Mestres Ascensos, pois em breve as habilidades dele seriam necessárias. Hórus seguiria para a Dimensão Terrestre, onde iria ter com o seu filho Mikel, entregar-lhe-ia o Tridente de Neptuno e o punha a par dos mais recentes acontecimentos. Deveria também informá-lo sobre o que lhe iria acontecer nos tempos mais próximos e quais os passos que teria de tomar para que a sua missão fosse bem-sucedida. Depois disso, Hórus deveria regressar à nave para recuperar as forças e treinar.
- Alguma dúvida? - perguntou Hilarion depois de falar durante imenso tempo, tanto que Árion como Hórus quase adormeceram.
- Só tenho uma. Quando parto? - inquiriu Hórus, levantando-se mais animado por ver que o discurso tinha finalmente chegado ao fim.
Sendo um deus da guerra e acção, apesar de doente e ferido, ele já sentia o gosto pela aventura a entrar dentro do seu espírito!
- Partes imediatamente, amado Hórus! Boa sorte! - foi a resposta de Hilarion, sorrindo e dizendo-lhe adeus, abrindo as mãos e lançando uma esfera de energia contra Hórus.
No segundo seguinte, Hórus estava a entrar num portal e a ser envolvido pelas poeiras do Tempo e do Espaço! Sentia o seu corpo a ficar a cada momento que passava, mais pesado. Estava a descer nas vibrações! Não tardaria a chegar à 3ª Vibração, onde ficava o Planeta Terra! À medida que descia, as suas dores aumentavam. Ele gritava que nem um louco, as dores tornaram-se insuportáveis, queimando-o por dentro. Pela primeira vez na vida, Hórus desejou ser mortal, para assim poder morrer e acabar com aquela agonia!
De repente, tudo parou. Abriu os olhos.
Estava em frente a uma moradia terrena. Não havia sinais de humanos nas redondezas, mas havia traços inequívocos de energia mágica. Aquela era, sem dúvida, a casa de Mikel! Eis que, do nada, apareceu um lobo de médio porte, azul celeste, uma raposa de porte pequeno, castanha-alaranjada, um dragão verde a voar pelos céus e uma fénix resplandecente. Todos eles o miravam com um olhar ameaçador. O lobo e a raposa rosnavam baixinho.
- Consegui? - perguntou Mikel, completamente embasbacado perante semelhante beleza.
- Sim, conseguiste! A chave era o que eu precisava para a cura e tu devolveste-a de livre e espontânea vontade! Graças a esse gesto, tu conseguiste salvar-me e curar-me! - respondeu Hórus, com um sorriso que nunca mais acabava. - Estou em dívida para contigo, meu querido. Infelizmente, não te posso devolver a chave, pois ela é o meu Selo Divino... É uma espécie de marca que o Criador deixa a todos nós, que nos dá uma salvaguarda em caso de perigo imortal, como foi o caso.
Sem comentários:
Enviar um comentário