Capítulo 14
O tempo voara. Quando deram por isso, algumas pessoas já andavam à procura deles. Kojiru e Jéssica, ao aperceberem-se disso, correram de imediato para os jardins, onde se sentaram, fingindo discutir algo. George e Milú vieram ter com eles.
- Então? Onde andavam vocês? Os guardas não vos encontravam! - resmungou George.
- Devemos ter-nos desencontrado pai, nós fomos discutir à vontade para o bosque, eles não precisam de saber o que andamos a discutir. Afinal, são assuntos secretos, certo?
- George, querido, o seu filho tem alguma razão... Eles são jovens... A minha Jéssica então, quando se exalta, valha-me Santo Equinócio, que quase me deita a casa abaixo, ih ih ih!
O Governador George fungou e passando a mão pelos cabelos grisalhos, comentou:
- Visto por esse prisma, creio que realmente tenha sido o melhor. Chegaram a alguma conclusão?
Kojiru e Jéssica entreolharam-se. Ela afastou-se dele, dirigindo-se para junto da mãe e afirmou, num tom frio e decidido:
- Não adiantou nada. O seu filho é muito teimoso... Enfim. Em breve faremos uma nova reunião, desta vez com os nossos conselheiros particulares... A ver se avançamos...
A Governadora Milú sorriu, toda contente! Finalmente, a sua filha estava a mostrar do que era feita! Orgulhosa, ela virou-se para George e declarou:
- Bem, agrada-me ver que eles estão a levar isto a sério! Jéssica, concordo com a sua decisão! A próxima reunião será da vossa responsabilidade!
George acenou com a cabeça e colocando o seu chapéu de côco, rematou:
- Se assim é, então creio que não temos mais nada a fazer aqui. Milú, Jéssica, até uma próxima. Kojiru, vamos embora!
Kojiru ficou surpreendido pela aspereza do pai. Vendo que este se encontrava furioso, despediu-se rapidamente das duas e seguiu atrás dele, em direcção ao carro, onde Acácio os aguardava. Chegados lá, entraram e partiram rumo aos Açores.
- Queres fazer o favor de me explicar o que aconteceu na vossa reunião? - perguntou George, com um ar sério e zangado.
- Pai, como disseste e muito bem, a Jéssica é um osso duro de roer! Ela não se deixa levar por cantigas, nem por palavras bonitas... É uma mulher muito fria, tão fútil quanto a mãe! - respondeu Kojiru, olhando para a paisagem.
- Estou a ver... Nesse caso, será mesmo boa ideia trazeres a tua comitiva na próxima vez. Pode ser que, com a ajuda deles, seja mais fácil manipulares a situação...
- Tenho a certeza que sim, pai! - retorquiu Kojiru. - Vais ver que sim!
- Muito bem... Vamos a ver... - respondeu o pai de forma seca, quando o seu telemóvel tocou.
O resto da viagem foi passado em silêncio. Kojiru ia-se recordando de todos os momentos agradáveis na companhia de Jéssica. O Governador George mantinha-se ocupado em video-conferências, a discutir os resultados da reunião que tivera com a Governadora Milú. Algumas horas depois, os dois encontravam-se novamente nos Açores. Assim que chegaram, Kojiru e Acácio foram procurar Mikel.
- Olá Sheila, boa noite! Onde está Lord Yusuke?
- Olá boa noite, senhores! Ele encontra-se na sala de música, com o menino Howl. Estão a tocar instrumentos! Eu avisei Lord Mikel que o senhor não iria gostar... Mas ele disse que não havia problema, que se estragassem algo, ele pagaria o conserto! - respondeu Sheila.
- Esteja descansada. Eles podem ir para aquela sala sempre que desejarem. Afinal, eles são membros da família! - declarou Kojiru com um sorriso, trocando um olhar divertido com Acácio. - Obrigado pela informação. Pode ir.
- Com a sua licença, senhores... - A governanta fez uma pequena vénia a Kojiru e virou costas.
Ele e Acácio dirigiram-se à sala onde estavam os instrumentos musicais. Aproximaram-se pé ante pé, para fazerem uma surpresa aos seus amigos. Quando estavam no corredor que dava acesso ao local, começaram a ouvir algo! Espreitaram para dentro da sala e qual não foi o espanto deles quando viram Mikel, todo feliz da vida, sentado a tocar bateria e Howl a tocar baixo, enquanto cantavam uma canção!
[Continua...]
;) deliciado
ResponderEliminarEu gosto muito desta história! ^^
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