Capítulo 10
Hao e Katsumo aproximaram-se da arena.
Chegados lá, fizeram uma ligeira vénia um ao outro, em sinal de respeito. Ambos se colocaram em posição de combate. Katsumo começou a aproximar-se lentamente de Hao, para entrar na linha de alcance deste. De repente, Katsumo lançou uma combinação de pontapés e socos a curta distância, enquanto Hao movimentava-se de modo a evitar todos os golpes, deflecti-los e defender-se! Após alguns golpes, sorriu.
Chegados lá, fizeram uma ligeira vénia um ao outro, em sinal de respeito. Ambos se colocaram em posição de combate. Katsumo começou a aproximar-se lentamente de Hao, para entrar na linha de alcance deste. De repente, Katsumo lançou uma combinação de pontapés e socos a curta distância, enquanto Hao movimentava-se de modo a evitar todos os golpes, deflecti-los e defender-se! Após alguns golpes, sorriu.
- Nada mau, Katsumo! Desta vez estás concentrado no ataque e não na defesa!
Katsumo, por sua vez, não o ouviu. Ele continuava determinado a atacar, lançando as suas fúteis combinações. Por cada golpe que Katsumo tentava infligir, Hao ripostava, dando um golpe em retorno, mas sem magoar demasiado o seu adversário. Hao deu um salto para trás e declarou:
- Estás a ver, Katsumo? Tu atacas muito rápido, mas deixas bastantes aberturas!
O rapaz parecia tão determinado e concentrado que não escutou nada. Insistia em tentar atingir o seu adversário com as suas séries de golpes, muito rápidas. A dada altura, ele tentou dar um pontapé alto, mas esse golpe é interceptado por Hao, que ripostou com um pontapé baixo na outra perna de Katsumo, fazendo com que este se desequilibrasse.
Hao aplicou-lhe um soco na barriga. Graças a isto, ele empurrou o adversário com o impacto, pressionando Katsumo contra o chão! O impacto causou um enorme estrondo! O chão da arena ficou marcado com o corpo de Katsumo! Este ficou completamente K.O.!
O árbitro fez a contagem. Ao chegar ao 10…
- E temos um vencedor! Meus senhores, o Grande Vencedor do Torneio X é Hao Fang, de Hong Kong! Passo agora a palavra a X, que ficou encarregado de entregar o troféu e o prémio em dinheiro! Muitos parabéns aos dois lutadores! Foi um combate espectacular! - exclamou o árbitro.
Hao ajudou Katsumo a levantar-se. Este saiu da arena, com a ajuda de Nagashi Li, que se prontificou de imediato. Ele tinha perdido! Aquele momento de glória pertencia a Hao Fang! Um pouco triste, mas satisfeito com a sua prestação, Katsumo sentou-se numa cadeira, ao lado de Nagashi, enquanto recuperava o fôlego. O público ovacionou os lutadores. Todos tinham ficado bastante impressionados com o combate! Shinta levantou-se. Ele agarrou no troféu, que era uma bonita estátua de um artista marcial em pose de combate, banhada a ouro. Lentamente, ele aproximou-se do palco. Chegado ao local, ele retirou a máscara e congratulou o vencedor!
- Parabéns Hao Fang! Aqui está o teu prémio! Um cheque no valor de 2 milhões de euros!
Hao pegou no cheque e sorriu. Ele já sabia aonde iria investir tanto dinheiro! Depois de fazer uma vénia a X, inquiriu:
- E o troféu?
Shinta desatou a rir!
- Mwa ah ah ah! Achas mesmo, Hao Fang, que és o melhor lutador do Mundo? Eu desafio-te a provar isso mesmo! Aqui e agora! En guarde!
- Mas...! Este combate... Não estava previsto! - reclamou o árbitro, indignado!
Shinta perdeu as estribeiras e vociferou:
- Maldito! Desapareça da minha vista! Vá para o diabo, árbitro!
Hao Fang virou-se para o público e em voz séria, declarou:
- Por favor, saiam todos daqui! O X começará a ferir toda a gente e as armas não serão eficazes contra ele! Saiam todos daqui, antes que seja tarde demais!
O público, confuso, desatou a fugir com muita gente aos berros e a gritar. Shinta lançou ataques contra as pessoas que por ali deambulavam, ao tentarem impedi-lo. Acabou por provocar ainda mais pânico. Depois de deixar Nagashi Li em segurança, Katsumo regressou. Não tardou muito para que na arena só estivessem Shinta, Katsumo e Hao.
- Excelente! Assim isto fica muito melhor! Proponho-vos que o nosso combate seja noutro local, onde possamos combater à vontade! Quero derrotar-vos aos dois! - declarou Shinta, completamente alucinado!
- Mas...! Afinal…! Quem és tu? - questionou Katsumo, incrédulo.
- Em breve o saberás, Katsumo! Agora, sigam-me! - rosnou Shinta, correndo a grande velocidade.
E assim, os três guerreiros partiram para uma zona à beira-mar, completamente isolada, do outro lado da ilha. Ao chegarem ao local, Katsumo olhou à sua volta. Tudo parecia-lhe familiar!
- “Que estranho! Este lugar faz-me lembrar algo! Mas o que será?” - pensou.
- Muito bem! Chegou a hora de sabermos qual de nós é o mais forte! Eu duplico o prémio que te dei, Hao! Se vocês ganharem, receberão 4 milhões de euros e o troféu! Se perderem, vocês terão duas escolhas! Tornam-se os meus novos mercenários… Ou… Terão uma morte lenta e agonizante, bem piores que as mortes do Ghrishma e do Arun!
Hao suspirou e fechou os olhos, procurando acalmar o seu espírito. Katsumo preparava-se para falar. No entanto, o amigo colocou-lhe uma mão sobre a boca e afirmou:
- Fizemos como pediste. Nós viemos atrás de ti, para podermos combater à vontade. Agora, creio que é chegado o tempo de nos responderes a várias questões. Já chega de segredos! Quem és tu, X? Porque queres vingar-te do Katsumo? E que estranha presença é esta que eu sinto?
- Parabéns Hao! Vejo que continuas atento a tudo, como sempre! Mwa ah ah ah! Queres respostas? Prepara-te para o combate, então!
O clima alterou-se rapidamente! O céu ficou coberto de nuvens que reflectiam o pôr-do-sol. A atmosfera ficou cada vez mais carregada e, a dada altura, um trovão deu início a uma chuva torrencial!
- Até os céus têm pena de vocês os dois! Os anjos já choram a vossa morte! Mwa ah ah ah ah! - afirmou Shinta.
Hao aproximou-se de Katsumo. Olhou para ele e alertou:
- Katsumo, tem muito cuidado! Ele vai usar todo o seu poder contra nós!
Olhando com desdém para Shinta, Hao resmungou:
- És muito convencido, X! Isso é meio caminho para a derrota!
Hao virou-se para Katsumo e ordenou:
- Começo eu! Não te metas neste combate, ouviste?
Shinta e Hao avaliaram-se, numa tentativa de descobrirem um ponto fraco no oponente. O primeiro a atacar levaria a vantagem! Após alguns segundos em silêncio, combate teve início!
Hao lançou-se veloz contra o seu oponente, esperando que o seu adversário reagisse, mas Shinta não reagiu a nada! Hao saltou e lançou um poderoso soco na face de Shinta! Uma vez mais, Shinta não reagiu, perante o olhar incrédulo de Hao! Shinta riu-se divertido e gracejou:
- Só isso?
Hao decidiu lançar-se novamente ao ataque! Desta vez, pontapeou Shinta directamente nas pernas, a ver se este perdia o equilíbrio! Shinta não mostrava nenhum indício de dor! Hao, admirado, saltou para trás, em posição de defesa! Shinta sorriu malévolo e declarou:
- Permite-me que te mostre como se faz!
Shinta deu um súbito salto na direcção de Hao! Ele partiu a grande velocidade, levantando pó! Ele repetiu os movimentos que Hao lhe infligiu, dando um soco na cara de Hao e pontapeando-o nas pernas em seguida, fazendo-o dar duas piruetas no ar.
Quando Hao se levantou, atordoado e incrédulo, o seu rosto estava manchado de sangue: o seu nariz estava partido, sem saber muito bem como! Olhou para a mão, espantado! Distraído com o que lhe estava a acontecer, Hao não se apercebeu de que Shinta tinha partido novamente para o ataque. Shinta deu-lhe um poderoso soco na barriga. Hao ficou agarrado à barriga, cheio de dores e a tossir.
Não aguentando as dores, acocorou-se a tossir, com os braços envoltos na barriga. Shinta voltou para a sua posição inicial, enquanto se ria às gargalhadas. Hao não contava que Shinta fosse tão poderoso! Este adversário iria fazê-lo revelar todos os seus poderes e técnicas que adquirira ao longo do seu treino! Ele levantou-se. Respirou profundamente, concentrando-se ao máximo, disposto a dar tudo por tudo! Hao colocou-se numa nova posição, chamada “Arqueiro Ancestral”!
Shinta olhou para ele e riu-se da nova posição de combate. Hao partiu nesse mesmo instante a grande velocidade, saltou no ar e aplicou-lhe um pontapé em cheio no peito, fazendo Shinta desequilibrar-se para trás. Mal Hao pôs os pés no chão, ele espeta-lhe um soco na barriga! Não contente com isso, Hao aplica-lhe um pontapé na face, fazendo Shinta enterrar a cara no chão! Shinta não escondeu a surpresa. O seu sorriso rapidamente tornou-se um esgar! Shinta levantou-se. Raivoso, tentou dar um soco a Hao. Este esquivou-se e deu-lhe uma cotovelada, seguida de um pontapé no peito. Com o outro pé, deu-lhe um pontapé rotativo na cara, enterrando-o novamente no chão! Shinta levantou-se novamente. Desta vez, um brilho crescia nos seus olhos! Estava totalmente concentrado em Hao.
- Nada mau... Tu não te desembaraças nada mal... Está na hora de passarmos a coisas sérias! – vociferou.
Shinta lançou-se ao encontro de Hao, simulando um pontapé, iludindo a defesa de Hao e dando-lhe um soco na cara, seguido por um pontapé no pescoço, a grande velocidade. Hao ficou atordoado com o impacto. Shinta agarrou-o pelo cachaço e atirou-o contra um rochedo! Este caiu ao chão. Estava a ficar bastante cansado! Ofegante, ele suspirou:
- Possa...! Ele é incrível! Além de tudo o que já fizemos, ainda consegue contra-atacar, mesmo debaixo destas condições! Que monstro!
Shinta riu-se, murmurando:
- Ele ainda não me reconheceu! Nem ele, nem o Katsumo! O Hao Fang está espantado por eu conseguir ripostar todos os seus golpes!
Shinta recordou-se do seu passado. Depois de ter deixado o dojo onde treinava com o velho mestre e com Katsumo, ele tentou encontrar um rumo para a sua vida. A derrota contra Katsumo consumia-lhe todos os dias, um pouco da alma e do coração...
*Hong Kong, 14 anos antes...*
*23 de Outubro de 2002*
- Iáááááhhh! Hum! Hummm!
Shinta treinava ávido numa floresta. Tinha deixado o Japão em busca de respostas e encontrava-se ali, em Hong Kong, a treinar. Todos os dias, uma dúvida atormentava-o:
- Porquê? Porque perdi? Porquê?
Shinta chorava de raiva. Era demasiado para ele. Sentia-se frustrado e enraivecido por não conseguir encontrar a resposta que procurava. De repente, o ribombar de um trovão anunciou uma tempestade que se desencadeara! Chovia torrencialmente, mas ele prosseguiu com o seu treino! Uma torrente de lama jorrou do alto da montanha em direcção a ele! Ao ver aquilo, Shinta desatou a correr o mais que pôde e enfiou-se numa gruta que encontrou pelo caminho!
- Puxa! Que sorte! Foi mesmo a tempo! - suspirou Shinta, alagado em suor.
Sentando-se a descansar um pouco, depressa apercebeu-se de que aquela gruta era maior do que aparentava à primeira vista. Curioso, decidiu explorá-la. Ele avançou conforme podia. O buraco era escuro e íngreme, mas a gruta possuía um pouco de luz, fruto dos minérios fluorescentes que tinha e isso ajudava-o a avançar, ainda que lentamente. Perdeu a conta do tempo que andou.
Shinta estava no limite das suas forças. Sentia-se esgotado, quando foi dar a uma grande clareira, com um pequeno lago ao centro. Uma estranha construção reflectia-se no lago. Contornando o lago, Shinta aproximou-se do edifício. Ele deparou-se com estranhos caracteres numa linguagem desconhecida, inscritos nas portas de pedra daquele local. O edifício parecia ser um pequeno templo, bem conservado, apesar de estar nas profundezas da caverna. Shinta, movido pela curiosidade, arriscou. Empurrou as portas de pedra, que cederam. Entrou. Dentro do santuário, estava tudo muito escuro e aparentava estar vazio. Depois de estar habituado à escuridão, Shinta avançou lentamente, enquanto tacteava, perguntando-se o que faria ali um templo.
Ao fim de algum tempo, o chão deixou de ser de pedra, dando lugar à madeira! Shinta achou que aquilo devia ser um alçapão! O rapaz estava prestes a abrir o alçapão quando este se desfez em pedaços e Shinta caiu num buraco! Um buraco que não parecia ter fim! Assustado, ele berrou o mais que pôde, ninguém o escutava, visto que ele estava muitos metros abaixo da superfície. Após quase um minuto em queda livre, que lhe pareceu uma eternidade, Shinta tocou no solo. Com o impacto da queda, desmaiou.
Quando acordou, Shinta julgou estar a sonhar! Ele encontrava-se numa sala ampla, iluminada e muito bonita! Uma sala dourada, que estava repleta de tesouros! Bem no centro da sala, existia uma grande estátua de um estranho homem com 10 braços! Shinta achava que ela devia ser de ouro! À sua volta, pilhas e pilhas de ouro, pérolas, moedas, coroas, algumas espadas cravejadas com rubis e safiras...
- Que lindo! - murmurou ele, encantado!
Ao lado da estátua estava uma arca comprida, de aspecto rudimentar e arcaico. Shinta, ávido de cobiça, aproximou-se da arca. Ele presumia que dentro da arca estivesse um tesouro ainda mais precioso que tudo o que existia naquela sala. Curioso, ele abriu a arca. Dentro dela, descobriu uma urna selada! Estranhos caracteres, idênticos aos que se encontravam nas portas do templo, cobriam a tampa da urna, junto com uma profunda camada de pó. Depois de soprar para tirar o pó da urna, Shinta levantou a tampa e abriu-a. Devido ao pó que se ele tinha libertado, teve um ataque de tosse.
- Cof, cof, cof!
- Nada mal, miúdo!! - anunciou uma voz.
Shinta virou-se para um lado, depois para outro! Não via ninguém! Virou-se a olhar para todos os lados! Que voz tão fria! Cheio de medo, perguntou:
- O quê? Quem está aí?
A voz respondeu:
- O meu nome não interessa! Ouvi-te vezes sem conta, Shinta! Decidi oferecer-te a minha ajuda... Em troca, apenas peço-te uma coisa!
Shinta encostou a urna ao seu peito e aproximou-se da estátua, como se procurasse proteger-se daquela voz. Insistiu:
- Quem és tu? Onde estás? Eu ouço-te a falar, mas não te vejo!
A estranha voz riu-se, divertida! O gargalhar era glaciar e causava profundos arrepios a Shinta! Ele agarrou-se à estátua. Ali, sentia-se um pouco mais seguro.
- Tu disseste... Seja lá quem tu fores… Disseste que podes ajudar-me? Ajudar-me em quê? - perguntou Shinta.
Em tom melífluo, a voz declarou:
- Eu sei que o teu maior desejo é seres o mais forte do Mundo, não é verdade, Shinta?
Shinta mostrou-se surpreendido! Como é que aquilo era possível? A voz prosseguiu:
- Eu sei tudo sobre ti, Shinta! Eu sei que queres vencer o Katsumo! Esse é o teu maior desejo! Tens treinado duramente, mas não tens evoluído nada! No fundo... Tu sabes que és um falhado! Mwa wa wa wa!!!
Irritado, Shinta respondeu:
- Cala-te! Cala-te, maldito! Eu estou mais forte!
A voz finge-se surpreendida:
- A sério? Então... Toma lá!
Uma poderosa rajada de vento glaciar varreu a sala e empurrou Shinta contra uma das paredes com toda a força! Shinta começou a berrar e a gritar, cheio de dores:
- Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii! Isto dói muito! Pára!
A misteriosa voz riu-se demoniacamente! Pareciam 100 risadas ao mesmo tempo!
- Gostaste, Shinta? Queres mais? Mwa wa wa wa wa wa!
Apelando à sua coragem e às forças que lhe restavam, Shinta resmungou:
- Nem penses que vou desistir, seu maldito! Mostra-te!
A voz lançou um poderoso e mortífero ataque, vindo de todas as direcções! Shinta caiu de imediato, derrubado por uma mão invisível.
Bom texto, gostei, faltaram as imagens dos personagens giros :)
ResponderEliminarPois é! :P
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