Capítulo 20
Howl não pôde deixar de ficar indignado. Procurou um local para falar à vontade e telefonou a Mikel.
- Olha lá… Vais-te embora assim? Sem mais nem menos? E logo para Espanha?
- Sim, vou. Preciso de encontrar o Rafael. Se ele vai fugir do país, não tem muitos sítios por onde fugir... Terá de apanhar um comboio para Espanha e eu vou fazer o mesmo. Ele sabe quem matou o Michi. Eu preciso de saber quem foi! A culpa do Michi ter morrido é minha... Ele foi morto por causa do que andava a investigar para mim... - sussurrou Mikel, triste.
- Não sejas estúpido! Ele não morreu por tua culpa! Ele sabia os riscos que corria quando aceitou o trabalho! E nós também...!
- Ora… Fodasse! Honestamente, nunca pensei que isto fosse assim, Howl...! Será que estamos a fazer as escolhas certas? Mais valia seguirmos com a nossa vida...
- Não digas asneiras... Temos de ajudar o Kojiru e a Jéssica! O futuro deles, o nosso e o futuro de muitas pessoas inocentes depende disso!
Seguiu-se um longo silêncio do outro lado da linha.
- Mikel? Estás aí?
- Sim... Sim... Estava a pensar no que disseste...
- E...?
- Tens toda a razão! O Michi não morreu em vão! Havemos de descobrir a verdade e fazer pagar quem o matou!
- Assim é que se fala! Já pareces o arcanjo que eu conheço outra vez! - exclamou Howl, entre risos.
- Obrigado, anjo negro! Prometo que te trago uma prenda no regresso!
- Acho muito bem! E tem cuidado contigo...
- Sempre! Defesas ao alto! E tu também...! Abraço grande!
- Claro que sim! Abraço!
Desligaram.
Mikel entrou no comboio rumo ao Porto. Este ia cheio, pelo que Mikel teve dificuldades em procurar Rafael. A viagem, embora longa, acabou rapidamente. Quando estava na estação de São Bento, comprou vários bilhetes, para despistar quem pudesse vir no alcance dele. Não tardou muito para que o comboio que partiria rumo a Lisboa seguisse viagem e Mikel entrou nele mesmo a tempo. Não se preocupou em procurar por Rafael. Este teria de sair numa estação específica se queria seguir para Espanha. Assim, aproveitou para começar a ler a documentação que Michi lhe deixara. Concentrado nas leituras, nem deu pelas horas a passar.
- “Informamos os senhores passageiros de que estamos a chegar à estação da Pampilhosa...” - declarou uma voz roufenha, pelos interlocutores do comboio.
- Hummmmmmm? Já?
Num instante, Mikel arrumou as suas coisas e foi para a porta da carruagem. Como suspeitara, Rafael e mais 3 pessoas saíram naquela estação. Ao ver Mikel, deixou-se estar quieto e imóvel. Mikel fez-lhe um sinal discreto e mandou-o seguir até uma zona mais afastada da estação. Assim que se viram sozinhos, Rafael correu para Mikel, abraçou-se a ele e começou a chorar.
- Fadachi-Sensei!!
Mikel abraçou-o e deixou-o chorar à vontade. Em silêncio, ele também chorava. As pessoas que se cruzavam com eles suspiravam e abanavam a cabeça, tristes. Tornara-se habitual ver pessoas assim, a chorar a morte de alguém. Após algum tempo, Rafael anunciou, mais calmo:
- Sensei, muito obrigado por tudo... Eu sei quem matou o Michi!
- Sim, eu sei disso. Foi por isso que vim! Corres perigo! Quem o fez, virá atrás de ti! Temos de despistá-los!
- Como vamos fazê-lo?
- Para já, vamos meter-nos no próximo comboio para Espanha!
E assim, os dois amigos correram para as bilheteiras, a fim de comprarem os bilhetes. O próximo comboio chegaria daí a 7 minutos.
- “Informamos os senhores passageiros de que estamos a chegar à estação da Pampilhosa...” - declarou uma voz roufenha, pelos interlocutores do comboio.
- Hummmmmmm? Já?
Num instante, Mikel arrumou as suas coisas e foi para a porta da carruagem. Como suspeitara, Rafael e mais 3 pessoas saíram naquela estação. Ao ver Mikel, deixou-se estar quieto e imóvel. Mikel fez-lhe um sinal discreto e mandou-o seguir até uma zona mais afastada da estação. Assim que se viram sozinhos, Rafael correu para Mikel, abraçou-se a ele e começou a chorar.
- Fadachi-Sensei!!
Mikel abraçou-o e deixou-o chorar à vontade. Em silêncio, ele também chorava. As pessoas que se cruzavam com eles suspiravam e abanavam a cabeça, tristes. Tornara-se habitual ver pessoas assim, a chorar a morte de alguém. Após algum tempo, Rafael anunciou, mais calmo:
- Sensei, muito obrigado por tudo... Eu sei quem matou o Michi!
- Sim, eu sei disso. Foi por isso que vim! Corres perigo! Quem o fez, virá atrás de ti! Temos de despistá-los!
- Como vamos fazê-lo?
- Para já, vamos meter-nos no próximo comboio para Espanha!
E assim, os dois amigos correram para as bilheteiras, a fim de comprarem os bilhetes. O próximo comboio chegaria daí a 7 minutos.
- Caramba, tivemos mesmo sorte!
- Podes crer! Rafael...
- Eu digo-te lá dentro, está bem?
- Oki!
Num instante, surgiu o comboio que os levaria até Madrid. Felizmente para ambos, Vilar Formoso era uma das Terras Neutras, pelo que saíram do país sem necessidade de controlo. Muita gente tinha naquele lugar a salvação para sair do inferno que Portugal se tornara. Rafael revelara a Mikel quem matara Michi durante a viagem. Este ficara chocado! O puzzle ainda continha peças que não encaixavam. Porquê matar Michi? Fazia-lhe confusão as motivações da pessoa que o assassinara. Talvez encontrasse as respostas nos documentos que faltavam.
- Podes crer! Rafael...
- Eu digo-te lá dentro, está bem?
- Oki!
Num instante, surgiu o comboio que os levaria até Madrid. Felizmente para ambos, Vilar Formoso era uma das Terras Neutras, pelo que saíram do país sem necessidade de controlo. Muita gente tinha naquele lugar a salvação para sair do inferno que Portugal se tornara. Rafael revelara a Mikel quem matara Michi durante a viagem. Este ficara chocado! O puzzle ainda continha peças que não encaixavam. Porquê matar Michi? Fazia-lhe confusão as motivações da pessoa que o assassinara. Talvez encontrasse as respostas nos documentos que faltavam.
Algumas horas mais tarde, chegaram a Madrid. Aí, Mikel foi às bilheteiras e comprou uma série de bilhetes. Entregou-os a Rafael e explicou:
- Tens aí 11 bilhetes de comboio. Cada um dá para um destino diferente. Aconselho-te a ires para o mais longe possível e a manteres-te escondido. Mete-te num dos comboios e se necessário, sai numa estação qualquer, a fim de despistares potenciais espiões! As cidades grandes talvez sejam as melhores para te esconderes! Pelo menos, até tudo isto acabar....
- Achas que algum dia a guerra terá um fim? E que punirão quem matou Michi?
Mikel sorriu levemente.
- Sim, ela terminará... É tudo uma questão de tempo e paciência. E eu farei com que a pessoa que matou o Michi seja castigada! Prometo-te!
Rafael abraçou-se a Mikel, em silêncio.
- Não sei como te agradecer por tudo... O Michi tinha razão... Tu és de facto uma pessoa espectacular!
- Eu... Eu apenas faço aos outros o que gostaria que fizessem por mim, só isso... - suspirou Mikel, corando um pouco.
- Obrigado! Muito obrigado mesmo! Nunca te esquecerei, Fadachi-Sensei!
Eles afastaram-se, rumo a comboios diferentes. Nem eles saberiam para onde iria o outro, a fim de evitar alguma surpresa desagradável no futuro. Após algumas voltas pelo cais, Mikel decidiu-se no comboio que iria tomar.
- Tens aí 11 bilhetes de comboio. Cada um dá para um destino diferente. Aconselho-te a ires para o mais longe possível e a manteres-te escondido. Mete-te num dos comboios e se necessário, sai numa estação qualquer, a fim de despistares potenciais espiões! As cidades grandes talvez sejam as melhores para te esconderes! Pelo menos, até tudo isto acabar....
- Achas que algum dia a guerra terá um fim? E que punirão quem matou Michi?
Mikel sorriu levemente.
- Sim, ela terminará... É tudo uma questão de tempo e paciência. E eu farei com que a pessoa que matou o Michi seja castigada! Prometo-te!
Rafael abraçou-se a Mikel, em silêncio.
- Não sei como te agradecer por tudo... O Michi tinha razão... Tu és de facto uma pessoa espectacular!
- Eu... Eu apenas faço aos outros o que gostaria que fizessem por mim, só isso... - suspirou Mikel, corando um pouco.
- Obrigado! Muito obrigado mesmo! Nunca te esquecerei, Fadachi-Sensei!
Eles afastaram-se, rumo a comboios diferentes. Nem eles saberiam para onde iria o outro, a fim de evitar alguma surpresa desagradável no futuro. Após algumas voltas pelo cais, Mikel decidiu-se no comboio que iria tomar.
Sorrindo para si mesmo, entrou na carruagem e sentou-se. Uma longa viagem aguardava-o...
*Enquanto isso, em Portugal...*
Howl e a comitiva de George estavam de regresso aos Açores. A viagem fora bastante rápida, já que tinham ido num dos melhores jactos do governador. Depois de se terem despedido dos restantes, Kojiru e Howl seguiram para dentro de casa.
- Tens muitos trabalhos de casa, Howl?
- Não, nem por isso... Olha, Kojiru... Eu não quero parecer antipático, nem nada disso, mas... Posso ficar sozinho? Se precisar de alguma coisa, eu peço ajuda ou chamo alguém, está bem?
Kojiru ficou surpreendido com a aspereza nas palavras, mas fez uma ligeira vénia e respondeu:
- Vou mandar trazer alguma coisa para comeres, está bom?
Howl sorriu e fez uma vénia.
- Obrigado!
Fechando a porta atrás de si, Kojiru encolheu os ombros. O rapaz sempre fora um bocado reservado. Mandou preparar algo do agrado de Howl e levar ao quarto. Este estava deitado na cama a olhar para o tecto e a pensar em tudo o que estava a acontecer, quando Sheila lhe trouxe o jantar. Não pôde deixar de sorrir. Sheila era uma mulher atraente e nutria um fraquinho por ele.
- Aqui tens o teu jantar, menino Howl! Espero que esteja do teu agrado!
- Obrigado Sheila! - respondeu este, com um sorriso sedutor.
A empregada rapidamente virou costas e deixou-o à vontade. Howl comeu o jantar e decidiu que iria sair à socapa de casa, para dar uma volta pela cidade. Assim, deixou toda a gente adormecer, tomou um banho, vestiu-se e saiu. A noite estava fria e a cidade parecia deserta. As pessoas que se cruzavam com ele, afastavam-se, assustadas. Howl ia todo vestido de preto, levando consigo a sua bengala e capa, oferendas de Mikel. Howl seguia rua acima, rua abaixo, triste e pensativo. Sentia saudades de Sophie. Como estaria ela? O que andaria a fazer? A dada altura, sentou-se num rochedo, com vista para o mar. Pegou numa folha. Inspirado, desatou a escrever.
- Tens muitos trabalhos de casa, Howl?
- Não, nem por isso... Olha, Kojiru... Eu não quero parecer antipático, nem nada disso, mas... Posso ficar sozinho? Se precisar de alguma coisa, eu peço ajuda ou chamo alguém, está bem?
Kojiru ficou surpreendido com a aspereza nas palavras, mas fez uma ligeira vénia e respondeu:
- Vou mandar trazer alguma coisa para comeres, está bom?
Howl sorriu e fez uma vénia.
- Obrigado!
Fechando a porta atrás de si, Kojiru encolheu os ombros. O rapaz sempre fora um bocado reservado. Mandou preparar algo do agrado de Howl e levar ao quarto. Este estava deitado na cama a olhar para o tecto e a pensar em tudo o que estava a acontecer, quando Sheila lhe trouxe o jantar. Não pôde deixar de sorrir. Sheila era uma mulher atraente e nutria um fraquinho por ele.
- Aqui tens o teu jantar, menino Howl! Espero que esteja do teu agrado!
- Obrigado Sheila! - respondeu este, com um sorriso sedutor.
A empregada rapidamente virou costas e deixou-o à vontade. Howl comeu o jantar e decidiu que iria sair à socapa de casa, para dar uma volta pela cidade. Assim, deixou toda a gente adormecer, tomou um banho, vestiu-se e saiu. A noite estava fria e a cidade parecia deserta. As pessoas que se cruzavam com ele, afastavam-se, assustadas. Howl ia todo vestido de preto, levando consigo a sua bengala e capa, oferendas de Mikel. Howl seguia rua acima, rua abaixo, triste e pensativo. Sentia saudades de Sophie. Como estaria ela? O que andaria a fazer? A dada altura, sentou-se num rochedo, com vista para o mar. Pegou numa folha. Inspirado, desatou a escrever.
Há muito tempo, quando eu era mais novo,
Eu gostava de uma rapariga que eu conheci.
Ela era minha e nós éramos amorosos um com o outro
Isso era Antes, mas o Passado foi real...
Mesmo que Agora, eu me magoe,
Eu não me importo de perder o juízo,
Porque eu já estou amaldiçoado...
Todos os dias, nós começávamos a discutir,
Todas as noites, nos apaixonávamos...
Ninguém poderia deixar-me mais triste,
Mas também ninguém poderia erguer-me tão alto...
Eu não sabia o que estava a fazer,
Quando de repente, nos apaixonámos
Hoje, eu não posso estar contigo,
Mas quando eu puder, teremos um novo começo!
Eu sonho contigo todos os dias,
Promete-me que ficaremos juntos...
Os tempos mudaram e eu também mudei...
Eu via a minha vida através dos teus olhos,
Mas manter-me-ei fiel a ti.
Não vou julgar as feridas que tens.
É o coração, a alma, o corpo e o cérebro,
Que me conduzem à loucura!
Eu apaixonei-me por ti mal te conheci,
Há um buraco no meu coração e uma fotografia numa moldura...
Nunca mudes!
Tu és o mais perto do Céu, que eu sempre serei!
E tudo o que eu posso respirar é a tua vida
Eu não quero sentir a tua falta esta noite.
Eu quero apenas que tu saibas quem eu sou...
Um pouco de tempo contigo, é tudo o que eu tenho....
Tu usaste-me uma vez, fugiste, procuravas algo, estava escuro.
Eu tenho esta fotografia de nós, em pequenos, na minha cabeça,
E tudo o que eu oiço, é a última coisa que tu disseste...
As memórias do Verão, que simplesmente nunca morrem,
Mil estrelas solitárias que se escondem nas Trevas.
Eu tenho medo,
Mas agora, aqui estou eu...
Tu és especial
E não há nada de errado contigo
A culpa é minha - Eu é que sou uma aberração...
Obrigado por me amares,
Porque estás a fazer isso perfeitamente.
Tu salvaste-me a vida...
Frio como o gelo,
E mais amargo que um limão,
Foi assim que eu te tratei às vezes...
Por vezes eu perco a paciência,
E piso o risco.
Eu realmente preciso de ti ao meu lado
Para manter a minha alma longe do abismo....
Tu és a única pessoa que me conhece realmente,
Melhor do que eu mesmo...
Se tu desaparecesses,
Mesmo que por um dia, eu não sabia que caminho escolher,
Porque eu estou perdido sem ti...
Tu és a única coisa neste Mundo,
Pela qual eu morreria sem hesitar.
Howl sentia um aperto no peito. Uma angústia crescia no seu peito. Não aguentando mais, começou a correr, rumo à praia. E aí, num local deserto, chorou à vontade. Gritou de dor. Chamou por Sophie. Berrou por Mikel. Nada mais lhe importava. De repente, ele sentiu um arrepio. Este descera-lhe pela cabeça até ao seu coração. Howl fechou os olhos. Sentiu aquela onda de energia quente e doce espalhar-se por todo o seu corpo. Ouviu uma voz etérea.
- “Eu disse-te que nunca estarias sozinho, anjo negro... A tua letra está muito bonita, parabéns! Criaremos uma música espectacular com ela!”
Howl levantou a cabeça, maravilhado! Era a voz do Mikel!
- Mikel! Mikel!! Onde estás tu?
- “A caminho de Barcelona... Vou fazer algo que já deveria ter feito há muito tempo...”
- A sério? Que vais fazer? Já sabes quem matou o Michi?
- “Sim, eu já sei quem o matou...”
- Então?! Quem foi?
Nesse momento, Mikel projectou uma imagem na cabeça de Howl.
- O quê?!? Tás a falar a sério?!
- “Sim... Tem cuidado contigo... Falaremos melhor quando eu regressar... ¡Tkm!”
Howl olhou para o céu, mesmo a tempo de ver uma estrela cadente! Era o sinal de despedida de Mikel! Sorrindo e chorando ao mesmo tempo, Howl abraçou-se a si mesmo. Conseguia sentir o abraço apertado de Mikel e não o queria largar... Não queria ficar sozinho. Uma brisa suave acariciou os seus cabelos. Agora é que era. Mikel tinha-se ido embora. Levantando-se, Howl decidiu que estava na hora de regressar. Num ápice, correu para a mansão e entrando com muito cuidado, conseguiu esgueirar-se para o quarto sem que ninguém desse por nada. Estava a preparar-se para dormir, quando recebeu uma mensagem no telemóvel. Sonolento, pegou nele e viu que era uma mensagem de Sophie! Despertando completamente, abriu a mensagem, que dizia:
“Olá meu príncipe! Espero que estejas bem! Beijinhos da tua pequena estrela!”
Howl pegou no telemóvel e imediatamente começou a escrever uma mensagem:
“Amo-te. Com todas as letras, palavras e pronúncias. Em todas as línguas e sotaques. Em todos os sentidos e maneiras. Com todas as circunstâncias e motivos. Simplesmente, eu amo-te.”
Sorrindo muito feliz, deitou-se e fechou os olhos. Naquela noite, Howl dormiu mesmo bem.
Howl levantou a cabeça, maravilhado! Era a voz do Mikel!
- Mikel! Mikel!! Onde estás tu?
- “A caminho de Barcelona... Vou fazer algo que já deveria ter feito há muito tempo...”
- A sério? Que vais fazer? Já sabes quem matou o Michi?
- “Sim, eu já sei quem o matou...”
- Então?! Quem foi?
Nesse momento, Mikel projectou uma imagem na cabeça de Howl.
- O quê?!? Tás a falar a sério?!
- “Sim... Tem cuidado contigo... Falaremos melhor quando eu regressar... ¡Tkm!”
Howl olhou para o céu, mesmo a tempo de ver uma estrela cadente! Era o sinal de despedida de Mikel! Sorrindo e chorando ao mesmo tempo, Howl abraçou-se a si mesmo. Conseguia sentir o abraço apertado de Mikel e não o queria largar... Não queria ficar sozinho. Uma brisa suave acariciou os seus cabelos. Agora é que era. Mikel tinha-se ido embora. Levantando-se, Howl decidiu que estava na hora de regressar. Num ápice, correu para a mansão e entrando com muito cuidado, conseguiu esgueirar-se para o quarto sem que ninguém desse por nada. Estava a preparar-se para dormir, quando recebeu uma mensagem no telemóvel. Sonolento, pegou nele e viu que era uma mensagem de Sophie! Despertando completamente, abriu a mensagem, que dizia:
“Olá meu príncipe! Espero que estejas bem! Beijinhos da tua pequena estrela!”
Howl pegou no telemóvel e imediatamente começou a escrever uma mensagem:
“Amo-te. Com todas as letras, palavras e pronúncias. Em todas as línguas e sotaques. Em todos os sentidos e maneiras. Com todas as circunstâncias e motivos. Simplesmente, eu amo-te.”
Sorrindo muito feliz, deitou-se e fechou os olhos. Naquela noite, Howl dormiu mesmo bem.
Mikel sentia-se nervoso. Era a primeira vez em 4 anos que regressava a Barcelona. Há muito que queria voltar, mas faltara-lhe a coragem. Voltar ali e deslocar-se ao sítio para onde ele se dirigia naquele momento exigia dele uma força e uma coragem que estavam para além do que julgava possível. Não se sentia preparado...
- “Tem de ser... Já cheguei até aqui, não posso desistir agora!”- pensou.
En memória de “Tenshi Len Kitsune”
*27/12/1990 - 14/04/2010*
Eternas Añoranzas - “Yusuke Ōkami Ritsuka”
Mikel desatou a chorar.
Ajoelhando-se, colocou o ramo de girassóis bem no centro, ao lado da lápide. Uma sensação de paz invadiu-o. Chorava sem parar. Ao mesmo tempo, a dor, aquela dor que lhe moía o peito havia 4 anos, parecia diminuir. Sentia um calor agradável dentro do seu coração. Já não estava mais sozinho.
Finalmente, Mikel estava em casa...
Quando se acalmou, Mikel sentou-se e começou a falar baixinho, como se Ángel estivesse ali, sentado ao seu lado. Assim ficou durante imenso tempo. Já o sol ia alto quando de repente, dois vultos se aproximaram dele e o interpelaram.
- ¿Mikel?
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